Escreve o meu Amigo Doutor Gustavo Pires na última edição de O Desporto Madeira:
"(...) com uma taxa de participação desportiva de 22% e aceitando como razoável a lei da centésima milionésima parte, Portugal só deveria ter levado a Pequim cerca de 22 atletas. Levou 77. Quer dizer, nesta perspectiva, houve um desperdício de recursos na alta competição que, de acordo com a lei dos rendimentos decrescentes, deviam ter sido utilizados no desenvolvimento da base do sistema, a fim de melhorar o padrão de competição interno, numa lógica de 4 a 10 praticantes de elite por dez mil praticantes de base. Como tal situação, desde há muitos anos a esta parte, nunca aconteceu, agora, nem temos praticantes de base nem temos praticantes de elite. (...) O COP, durante os últimos anos, teve mais olhos que barriga e os governos viveram na ilusão que quatro ou cinco medalhas escondiam a completa ausência de políticas públicas no desporto".
É óbvio que, enquanto as políticas desportivas forem aquelas que temos, jamais poderemos almejar a resultados que dignifiquem a bandeira portuguesa. O comentário do Professor Gustavo Pires encaixa, por outro lado, na política desportiva regional, onde as preocupações no âmbito do alto rendimento não encontram uma consistente base de apoio. Por aqui, os dados são estes: 16.000 no sector federado e apenas 3.500 no sector educativo escolar. Não há alto rendimento que subsista a números como estes.
Há quase trinta anos que se fala disto e quem tem a responsabilidade política, infelizmente, não aprende!
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