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sábado, 6 de junho de 2009

DIA DE REFLEXÃO, UMA TRETA!

Hoje é véspera de um importante acto eleitoral. É o tal dia de reflexão, dizem, de recolhimento, de análise sobre as propostas e definição do sentido de voto. Em teoria e apenas em teoria é evidente que um Povo adulto, bem formado, culto, esclarecido e conhecedor dos seus direitos, obviamente que votaria segundo as suas convicções e não através de uma vinculação à cor partidária como se um acto eleitoral, do qual depende o nosso futuro, fosse comparável à ligação afectiva a um clube de futebol, por exemplo. Só que essa não é a realidade. Portanto, dia de reflexão... uma treta.
Basta fazer uma campanha eleitoral, meter-se por aí fora, pelos becos, bairros, enfim, mergulhar na realidade social, ouvir os desabafos politicamente primários, as palavras ditas muitas vezes em jeito até de ofensa, aperceber-se que há uma esmagadora maioria que não sabe o que se está a passar, nem para que efeito Domingo se votará, entregar documentação e dizerem que não sabem ler, ouvir monumentais disparates, fugir dos papéis quando se apercebem que é de um partido cuja cor rejeitam, dizia eu, basta fazer uma campanha para nos apercebermos que vivemos formalmente em Democracia, mas quanto distante dela estamos!
Eu diria, em síntese, que a maioria não tem noção dos seus direitos cívicos e políticos quanto mais dos seus direitos económicos, sociais e culturais, onde se incluem, naturalmente, os direitos constitucionais à educação, à saúde, à habitação, ao trabalho, a um salário digno, à protecção social e à cultura. E tudo isto se joga num acto eleitoral, na definição dos homens e mulheres que, em nossa representação, serão os porta-vozes da vontade colectiva. As pessoas votam, ainda, pela força das máquinas partidárias, pelo saquito de cimento, pelo moio de areia, pelo cabaz que lhe chega a casa, pela promessa de um emprego nem que seja em part-time. De quantos já ouvi: "arranja-me um trabalho?" ou, então, como ainda ontem, na Fernão Ornelas, "eu sou dos seus... dê-me dois euros, eu preciso!", ao mesmo tempo que se precipitam sobre um saco, um apara-lápis, um bloco de notas ou uma simples bandeira portuguesa em papel. Documentação destinada a esclarecer, lamentavelmente, poucos se interessam.
Mas isto passa-se com o Povo humilde que não tem culpa de o terem deixado assim, mas passa-se também e com outros requintes com gente aparentemente bem formada, que vê o barco a afundar mas, por conveniência e egoísmo, manda mostrar amarelos e vermelhos, como se se tratasse de um joguito de bola. É o nosso futuro que está em causa. Ainda hoje li um texto que me arrepiou pela argumentação. Um texto que não permite liberdade de escolha. Daí que assuma, apesar de todos os constrangimentos de uma população muito condicionada: não venda o seu voto. Não permita que seja a Região a pagar um erro seu. VOTE, LIVREMENTE, DE ACORDO COM A SUA CONSCIÊNCIA. Repito: NÃO VENDA O SEU VOTO!

1 comentário:

Espaço do João disse...

Meu caro amigo.
Perfeitament de acordo consigo. Eu, costumo dizer que façam o favor de não se abster nem votar em branco. Anulem o voto se não estão de acordo com as sugestões. O voto em branco, quanto a mim diz-me que seja lá quem for está tudo bem. Se tivermos 70% de abstenções e,50% mais um voto dos trinta por cento, obtemos uma maioria absoluta. Estou certo? Agradecia que se não estiver de acordo com a minha observação me elucidasse. Um cumprimento de respeito João