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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

FUNCHAL - CIDADE COM FUTURO

Dir-se-á que o poder instalado dificulta qualquer tentativa de discussão desse poder. Por lá passei e reconheço as dificuldades. Poucos se importam em saber quem são os candidatos, os seus programas, o que trazem de novo e a importância das suas áreas de competência profissional. Uns preferem não arriscar, outros sentem o dever de agradecer com o voto a migalha do cimento, do ferro, da telha, da areia ou do cabaz que lhes chega à porta. Estão longe de perceberem uma verdadeira cultura de cidade, de interpretarem outras formas mais consistentes de olhar a CIDADE, de defendê-la dos parasitas e dos que a vendem a retalho. Não estão interessados em saber se o tráfego e os transportes podem ser equacionados de uma forma diferente, se o ordenamento do território merece um outro olhar, se o património deve ser defendido, se a pobreza pode ser esbatida, se os idosos merecem um lar, se as várias dependências podem ser preventivamente combatidas, se a política de habitação pode ser outra, se os empresários podem ter direito à esperança, enfim, sinto que falta às pessoas essa maturidade no acto de definir quem querem para liderar a cidade. As pessoas vão pelas aparências, pelo conhecido e não pelos conteúdos. Tampouco se lembram que outros já lá estão há muitos anos, que as rotinas são preocupantes, que há necessidade de romper com os interesses instalados e que, eventualmente, outros são capazes de fazer mais e melhor com o mesmo orçamento. Na hora do voto mantêm uma fidelidade canina como se isto da política fosse comparável ao desejo de ver o Benfica enfiar mais uma goleada. Não é!
Depois, infelizmente o digo, há muita ignorância. Eu que deixei a vereação da Câmara há quatro anos, cruzo-me na rua e ainda há pessoas que pensam que ainda por lá ando. Batem à porta de casa a expor os seus problemas. E ficam pasmadas quando lhes digo que não sou Vereador. Há dias, uma pessoa Licenciada cruzou-se comigo e perguntou-me que tal ia a "nossa" escola. Tratava-se de um colega de profissão. Respondi-lhe que há dois anos que lá não estou pois desempenho a função de Deputado na Assembleia Legislativa da Madeira. Respondeu-me: ah sim, não sabia!
Por estas e por outras, obviamente que se torna difícil intrometer-se na disputa, não por ausência de qualidade mas por manifesta diferença de meios. Tem sido sempre assim. Desde 1988 que acompanho de perto o rebuliço autárquico. Olhando para trás dou com as excelentes equipas e os fantásticos programas têm sido apresentadas e questiono-me sobre o porquê dos resultados não serem proporcionais a essa qualidade.
É evidente também que estas eleições autárquicas estão seriamente prejudicadas pela proximidade das eleições legislativas. Simplesmente porque não é em duas semanas que se passa uma mensagem mesmo que os candidatos se desdobrem em múltiplas tarefas. Deveriam ter começado no início do ano. Não foi possível e, por isso, não vale a pena "chorar sobre o leite derramado". Mas eu quero acreditar e acredito que é possível enfrentar a engrenagem montada, essa "máquina" com muitos mecânicos em redor, com longos anos de experiência, com muito dinheiro para comícios e "pimbas" e muito discurso que, espremido, pouco ou nada diz.
Sinceramente, gostaria que os funchalenses percebessem o valor e a importância das mudanças. Espero, por isso, apesar de tudo e sem qualquer ingenuidade da minha parte, que no dia 11 de Outubro o povo entenda o valor da mudança, por um lado, porque os insubstituíveis não existem e, por outro, complementarmente, porque o Funchal já existe há 500 anos. E nunca parou! De resto, conheço um a um esta equipa liderada pelo Dr. Rui Caetano e sei do que são capazes.
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2 comentários:

Unknown disse...

bem, devem tar a sonhar a pensar que o PS, depois do que fez a Madeira e faz, va a ser eleito.

André Escórcio disse...

Sinceramente, peço-lhe desculpa, mas não percebi o seu comentário.
Ainda assim, sobre a frase "depois do que fez à Madeira e faz" gostaria de fazer um breve comentário.
Em 2007 o governo regional provocou eleições antecipadas baseado no facto da Lei das Finanças Regionais prejudicar a Madeira. Mais tarde, o Tribunal de Contas, relativamente às contas desse ano, provou que a Região tinha recebido mais dinheiro que no ano anterior.
Não será que o problema está num crescimento insustentável da Região, com muitas obras de eficácia duvidosa? Não teria sido melhor, avançar comedidamente, tendo em atenção que o próprio espaço geográfico determina que o volume de obras é finito?
O problema está aqui e não, defendo eu, numa contínua alusão e criação de um inimigo externo para ocultar os erros locais.