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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

VOSSA EXCELÊNCIA DISSE... TRAIDORES DA MADEIRA?

Os "caminhos" inaugurados já tiveram muitos quilómetros. Hoje, as inaugurações, já vão em poucas centenas metros. Vão chegar à dimensão do beco, simplesmente porque esta Região é limitada no seu espaço geográfico. A euforia dará lugar à angústia.
Nos últimos dois dias foram mais dois caminhos municipais, mas também mais duas oportunidades, à falta de melhor discurso sobre os "caminhos" do futuro da Região, para falar dos "traidores da Madeira". E tudo porque, do ponto de vista ético, ser inaceitável a utilização do palco das inaugurações para, em período de campanha eleitoral, desferir ataques aos restantes partidos concorrentes.
É evidente que o presidente do governo tem o direito de inaugurar tudo, desde investimentos privados a públicos, desde vias rápidas a caminhos municipais, pracetas, rotundas, padarias, enfim, tudo o que estiver na agenda. Mas a questão não é essa. O problema está na manipulação e no aproveitamento desses momentos para gerar uma claríssima desigualdade de oportunidades entre concorrentes. O problema é esse e não outro. Ainda por cima quando tais momentos, volto a salientar, são aproveitados para miseráveis ataques aos opositores que não têm forma como se defender, pois tampouco o cabeça de lista se predispõe a debates, olhos nos olhos e com regras, frente a todos os madeirenses e porto-santenses. As pedras são atiradas de longe o que evidencia receio de ser confrontado de perto e através do debate argumentativo e civilizado. O problema é esse, repito, e não outro. Eu gostaria de ver se a situação fosse ao contrário como reagiria o presidente do PSD-M bem como o candidato Dr. Guilherme Silva que também amiudadas vezes fala de "traidores". Um dia, inevitavelmente, o Povo, cansado, apeá-los-ão do poder e aí veremos o seu comportamento.
É inaceitável classificar de "traidores" aqueles que representaram, nos últimos quatro anos, uma larga fatia do eleitorado madeirense quer na Assembleia da República quer no Governo da República. Porque a palavra "traidor" significa a existência de uma quebra de fidelidade prometida e empenhada, e isso nunca aconteceu. Os números e as posições assumidas assim provam. Agora, sinto que há traição aos princípos e valores que emergem da Democracia quando se inaugura em proveito da manutenção dos seus interesses e se deixa, por ausência de políticas económicas consistentes, 80.000 pessoas a viver na pobreza e 12.000 desempregados a viverem um dia-a-dia angustiante.

1 comentário:

Anónimo disse...

E o zé povinho cai nesta acção psicológica. Desde quando é que a Marina do Lugar de Baixo foi enviabilizada por causa da oposição? Afinal não é do conhecimento público que tal aconteceu pela acção do mar e pela queda de rochas da escarpa?! Será que em vez de limpar a escarpa e fazer uma protecção à Marina não deviam "limpar" a oposição se assim é?!

amsf