Tudo aquilo é previsível, não surpreende o espectador, a notícia muitas vezes não é notícia, a investigação não acontece, isto é, uma pessoa senta-se na esperança de alguém, ao início do serão, trazer o novo, a outra parte que não se conseguiu descortinar e acaba por confrontar-se com o óbvio, o conhecido, o repetido e, no mor das vezes, sem valor.
O Telejornal não pode assemelhar-se ao enchimento de um chouriço! |
O serviço de informação de qualquer canal, neste caso de televisão, constitui um espaço de relevante importância para qualquer pessoa que deseje se manter informada. Há, por isso, uma grande responsabilidade de quem o prevê, alinha, estrutura o conteúdo e o transmite. Coloco, assim, em destaque a previsão da matéria relevante, onde se enquadra o trabalho de "investigação", procurando inteirar-se dos porquês e a concepção de uma estrutura de coerência, sequência, cadência e ritmo, onde deve emergir o conteúdo das peças.
Grosso modo, sem ser especialista em informação e comunicação, apesar de ter lido muitos autores, estudado, com alguma profundidade estas áreas no meu percurso académico (tenho um livro publicado sobre a televisão pública), olho para a televisão regional e sinto um desespero. Tudo aquilo é previsível, não surpreende o espectador, a notícia muitas vezes não é notícia, a investigação não acontece, isto é, uma pessoa senta-se na esperança de alguém, ao início do serão, trazer o novo, a outra parte que não conseguiu descortinar e acaba por confrontar-se com o óbvio, o conhecido, o repetido e, no mor das vezes, sem valor. Televisão não é rádio! É isto que sinto enquanto espectador. Não critico os profissionais mas a estrutura que a concebe. Porque uma televisão pública não pode assemelhar-se a uma televisão de bairro, transmitindo em circuito fechado, em que todos ficam "contentes" com o produto. A sua dimensão e responsabilidade pública, pelo contrário, obrigam a um rigoroso profissionalismo. E vem tudo isto a propósito do que, repetidamente, assisto, sobretudo nas peças que transmitem os posicionamentos políticos dos vários partidos. Não só, mas também. Não está em causa o tempo das peças, embora, como vulgarmente se diz, não seja possível "meter a Sé no Colégio", mas se elas transmitem ou não o essencial da informação, no respeito pelo critério do jornalista, e se essa informação é compreenssível para quem está a segui-la. E é isso que não acontece. Uma ou outra vez é sensível a preocupação de um determinado enquadramento, todavia, uma grande parte das vezes a sensação que fica é do tipo "entra aqui e corta acolá", desinserido de qualquer contexto. Isto corresponde a uma fragilidade interna e a um claro desrespeito pelo espectador. O Jornal não pode ser qualquer coisa para contentar os partidos ou qualquer solicitação externa agendada, mas um espaço sério, gerido de dentro para fora e com qualidade. Tanto pode abrir com uma notícia de um acontecimento grave, como pode abrir com uma peça de uma inauguração, ou de uma conferência de imprensa do PS, do PCP ou do CDS, por exemplo. O que deve estar em causa é a sua relevância e interesse público. O Jornal não pode ser alinhado sem referências, sem princípios orientadores ou, então, com reservas mentais, do tipo, o presidente do governo há dois dias que não é primeira peça! Essas reservas mentais que são notórias para o espectador e que eu as sinto, constituem a negação da independência e do respeito pelo rigor da informação. Depois, embora sendo coisa esperada, pergunto, como é que a RTP-Madeira convida para comentadores de Economia (falo de economia em função do momento que atravessamos), pessoas que não são economistas e, pior ainda, figuras que pertencem à famigerada Comissão de Aconselhamento da RTP-Madeira? Estão sentados em duas cadeiras incompatíveis. É esquisito, no mínimo, e não garante credibilidade, por maior que seja a consideração pessoal que possa ter por essas figuras. Se o critério de escolha foi político-partidário, pior ainda, pois ambos, ou pelo menos um representa-se a si próprio e nada mais. Mas ali, atenção, não deve subsistir o critério político ou, eventualmente, partidário, mas o critério da qualidade, do saber e da competência associada à capacidade de levar o espectador a perceber a abordagem dos assuntos.
Grosso modo, sem ser especialista em informação e comunicação, apesar de ter lido muitos autores, estudado, com alguma profundidade estas áreas no meu percurso académico (tenho um livro publicado sobre a televisão pública), olho para a televisão regional e sinto um desespero. Tudo aquilo é previsível, não surpreende o espectador, a notícia muitas vezes não é notícia, a investigação não acontece, isto é, uma pessoa senta-se na esperança de alguém, ao início do serão, trazer o novo, a outra parte que não conseguiu descortinar e acaba por confrontar-se com o óbvio, o conhecido, o repetido e, no mor das vezes, sem valor. Televisão não é rádio! É isto que sinto enquanto espectador. Não critico os profissionais mas a estrutura que a concebe. Porque uma televisão pública não pode assemelhar-se a uma televisão de bairro, transmitindo em circuito fechado, em que todos ficam "contentes" com o produto. A sua dimensão e responsabilidade pública, pelo contrário, obrigam a um rigoroso profissionalismo. E vem tudo isto a propósito do que, repetidamente, assisto, sobretudo nas peças que transmitem os posicionamentos políticos dos vários partidos. Não só, mas também. Não está em causa o tempo das peças, embora, como vulgarmente se diz, não seja possível "meter a Sé no Colégio", mas se elas transmitem ou não o essencial da informação, no respeito pelo critério do jornalista, e se essa informação é compreenssível para quem está a segui-la. E é isso que não acontece. Uma ou outra vez é sensível a preocupação de um determinado enquadramento, todavia, uma grande parte das vezes a sensação que fica é do tipo "entra aqui e corta acolá", desinserido de qualquer contexto. Isto corresponde a uma fragilidade interna e a um claro desrespeito pelo espectador. O Jornal não pode ser qualquer coisa para contentar os partidos ou qualquer solicitação externa agendada, mas um espaço sério, gerido de dentro para fora e com qualidade. Tanto pode abrir com uma notícia de um acontecimento grave, como pode abrir com uma peça de uma inauguração, ou de uma conferência de imprensa do PS, do PCP ou do CDS, por exemplo. O que deve estar em causa é a sua relevância e interesse público. O Jornal não pode ser alinhado sem referências, sem princípios orientadores ou, então, com reservas mentais, do tipo, o presidente do governo há dois dias que não é primeira peça! Essas reservas mentais que são notórias para o espectador e que eu as sinto, constituem a negação da independência e do respeito pelo rigor da informação. Depois, embora sendo coisa esperada, pergunto, como é que a RTP-Madeira convida para comentadores de Economia (falo de economia em função do momento que atravessamos), pessoas que não são economistas e, pior ainda, figuras que pertencem à famigerada Comissão de Aconselhamento da RTP-Madeira? Estão sentados em duas cadeiras incompatíveis. É esquisito, no mínimo, e não garante credibilidade, por maior que seja a consideração pessoal que possa ter por essas figuras. Se o critério de escolha foi político-partidário, pior ainda, pois ambos, ou pelo menos um representa-se a si próprio e nada mais. Mas ali, atenção, não deve subsistir o critério político ou, eventualmente, partidário, mas o critério da qualidade, do saber e da competência associada à capacidade de levar o espectador a perceber a abordagem dos assuntos.
E fico por aqui. É melhor.
Ilustração: Google Imagens.
NOTA
Acabo de seguir o Telejornal das 21, na RTP-Madeira. Duas peças motivaram, pela sua importância, a minha atenção: uma com o líder da Secção Regional da Ordem dos Economistas. Tocou num assunto muito importante, a situação das empresas face à qual teceu considerações alarmantes. No mesmo dia que o grupo parlamentar do PS-M reuniu com a Associação de Comércio e Serviços e de onde resultaram declarações de relevante importância em função de um Orçamento Regional que possa dar resposta ao quadro negro do tecido empresarial. O que fez o Telejornal? Separou as peças, não as interligou, remeteu o encontro com a ACS para o meio do buzinão na Quinta Vigia. Das duas, uma, ou não perceberam, ou é, repetidamente, intencional. Mas percebo por que razão isto acontece. E os directores daquela casa são muito capazes de saber dar a resposta. Para além de tudo o mais, até mandam, sistematicamente, apenas o operador de câmara recolher as imagens às conferências de imprensa do PS! Por isso, não há que espantar a forma como os trabalhos são apresentados, mas se isto é fazer informação séria, por favor, metam a mão na consciência profissional.
NOTA
Acabo de seguir o Telejornal das 21, na RTP-Madeira. Duas peças motivaram, pela sua importância, a minha atenção: uma com o líder da Secção Regional da Ordem dos Economistas. Tocou num assunto muito importante, a situação das empresas face à qual teceu considerações alarmantes. No mesmo dia que o grupo parlamentar do PS-M reuniu com a Associação de Comércio e Serviços e de onde resultaram declarações de relevante importância em função de um Orçamento Regional que possa dar resposta ao quadro negro do tecido empresarial. O que fez o Telejornal? Separou as peças, não as interligou, remeteu o encontro com a ACS para o meio do buzinão na Quinta Vigia. Das duas, uma, ou não perceberam, ou é, repetidamente, intencional. Mas percebo por que razão isto acontece. E os directores daquela casa são muito capazes de saber dar a resposta. Para além de tudo o mais, até mandam, sistematicamente, apenas o operador de câmara recolher as imagens às conferências de imprensa do PS! Por isso, não há que espantar a forma como os trabalhos são apresentados, mas se isto é fazer informação séria, por favor, metam a mão na consciência profissional.
13 comentários:
o problema senhor deputado são os espinhos muito fraquinhos que a rosa tem á volta...
Obrigado pelo seu comentário.
Queira explicar melhor, porque, sinceramente, não entendi. Eu tenho a certeza que fui claro no que escrevi. Tentei, pelo menos ser entendível. Da sua parte, lamento dizer, não consegui atingir onde quer chegar.
Não falei de partidos, nem de rosas nem de laranjas. E quanto a espinhos, a entrar por aí, bom, o melhor é eu ficar por aqui.
Meu caro André.
Estamos mesmo a ver que os comentários anónimos são de encomenda.
Nada mais me provoca raiva do que os cobardes anónimos. Sempre ouvi dizer que quem tem medo leva um cão.
Os seguidores da "Voz do Dono" ainda precistem. Tenha paciência porque quem diz fica aliviado. A cães, não lhes dês pontapés, pois els são capazes de morderem depois pela calada.
Um abraço. João
Obrigado pelo seu comentário.
Eu, como o meu Amigo, nunca tivemos qualquer problema em assumir o que dizemos. Mas respeito o anonimato, sobretudo porque configura a terra de medo na qual vivemos. Tenho pena, mas é assim. Até um dia, onde as pessoas possam exercer, total e respeitosamente, os seus direitos de cidadania.
Como é que esperava que as duas peças fossem transmitidas consecutivamente!? Ainda não percebeu que a qualquer intervenção da oposição é colado o selo de propaganda pela "nossa" rtp/M. A oposição nunca abre um telejornal, nunca é motivo de debate, a oposição sempre foi colocada no fim do telejornal na secção da propaganda e esse alinhamento não é inocente. Esse alinhamento tem consequências na forma como a opinião pública vê a oposição e remete qualquer problemática levantada por ela para o âmbito da propaganda política.
Não sou um agente político significativo, nunca escrevi sobre comunicação/desporto (sei onde estarão uns 10 exemplares desperdiçados)no entanto percebo facilmente que instituições são cúmplices do poder e de forma o fazem. Não basta perceber que se está a ser enganado é preciso atirar à cara de quem o faz a forma como o tem feito.
Alguns truques da RTP/M:
Activamente:
-Colocar as "intervenções" do oposição todas juntas e sistematicamente num mesmo horário (selo de Propaganda);
-Não seleccionar necessariamente o mais importante da intervenção;
-Dar o mínimo possível de tempo;
-Cortar na expressão verbal mas desperdiçar parte desse tempo com uma imagem de circunstância desfavorável;
-Optar por transmitir o tema menos interessante de dois temas suscitados na intervenção;
etc, etc, etc
Passivamente:
-Nunca fazer uma abertura com a oposição;
-Um problema suscitado pela oposição é rebatido pelo poder sem que se mencione esse facto e é aproveitado para dar tempo de antena ao poder quando quem o suscitou é remetido para o tempo da "propaganda";
-Nunca acrescentar uma palavra em voz off que possa por em causa aquilo que o AJJ tenha dito (as afirmações deste personagem são factos, no caso da oposição introduz-se "de acordo com o partido xxx a Madeira tem xxxxxxx";
-Nunca convidar comentadores para discutir problemáticas suscitadas pela oposição;
etc, etc, etc
amsf
Eventualmente dir-me-ão que toda a gente sabe disto no entanto não vejo o PS fazer intervenções de 30 segundos, com o essencial e perceptíveis que não permitam à RTP/M usar todos os seus truques!
O Coelho (PND), concorde-se ou não com o conteúdo, parece que o consegue fazer
amsf
Obrigado pelos seus dois comentários.
Tocou, exactamente, o sítio certo.
Noto que é um espectador muito atento. É essa vergonha, porque intencional, que tem de acabar.
O "serviço público" não pode estar ao serviço deste ou daquele interesse. Mas, infelizmente, está. E conheço todas as manobras que foram feitas no sentido de levar ao colo esta ruinosa e perigosa gestão (a todos os níveis). A RTP não é um canal privado (mesmo assim, está sujeito a regras) é um canal público, pago por todos nós. Os seus responsáveis têm de perceber que são pagos com uma parte dos nossos impostos e, por isso, acresce-lhes o dever do rigor e da independência.
Só que também sei que aquilo não tem conserto. Depois, queixam-se se um dia aquilo tornar-se numa "janela" de Lisboa!
Devo dizer que como espectadora tenho notado mudanças muito significativas na RTP. Eu que raramente via o telejornal começo a interessar-me mais porque tem menos política. Para mim esse é um aspecto positivo. Não sei se estarei errada mas a mim não me interessam comentadores nem a política. A mim interessam-me mais os assuntos ligados à sociedade, à saúde e à economia. A política e os políticos já estão todos vistos e revistos; é por isso que o nosso país está como está. Já agora se o senhor que já foi jornalista daquela casa estivesse mais atento ao DN rapidamente arranjaria temas bem mais interessantes para fazer política. É a opinião de uma simples espectadora que deu por este artigo no google. Angela Maria Gomes Escórcio (ah, não sei se somos ainda família :) )
Obrigado pelo seu comentário.
Ora bem, ao interessar-se pelos assuntos ligados à sociedade, à saúde e à economia, logo interessa-se pela política. Ainda bem. Porque tudo o que se faz de bpom ou de mau nesses e em outros sectores dependem dos actos políticos. Concordará, comigo, obviamente. Mas eu percebo o quis dizer.
Mas, adianto-lhe, que o problema que aqui abordei não se trata de mais ou menos peças políticas. O problema é outro, muito mais profundo. Quando falo, de "investigação" estou, exactamente a ir ao encontro do espectador e não mais do mesmo que, concordo consigo, cansa e não adianta. Ouvir, todos os dias, o Dr. Jardim ou qualquer outro a dizer a mesma cois, obviamente que esgota qualquer pessoa.
Só mais três coisitas: nunca foi jornalista daquela casa. Fui colaborador, desempenhando funções para as quais não estava habilitado. Fui um curioso naquelas andanças.
Depois, certamente, no Diário tem acompanhado a luta (propostas) que o GP do PS-Madeira tem vindo a desencadear, com estudo, honestidade e muita seriedade. Não me parece justo que não confirme, gostando ou não.
Finalmente, quanto ao sermos família, é uma questão de analisarmos a árvore. Se calhar somos e não sabemos.
Concordo com a opinião de Angela Escórcio mas fiquei com uma dúvida em relação ao seu comentário. O Diário está ao serviço do PS? Isso é que é investigação? Então estamos falados. Já percebo porque razão o ex-director do DN escreve tanto contra o PSD e o Governo, está à espera de mais um tacho! Muito mal vai a nossa comunicação social na Madeira. É o Jornal da Madeira com o governo; o DN com o PS; e sabe-se com que intenções fala V. Ex.a da RTP. Para mim tudo não passa de manobras de pressão. Cada vez mais fico triste com o PS que já foi meu. Agora lamento: depois da rua do surdo é a rua da amargura. Estamos falados!!!! :( João Carlos
Obrigado pelo seu comentário.
Pelo que me apercebo, não terá lido com atenção o que escrevi. Penso ter sido muito claro. Se não interpretou a mensagem, o problema não é meu.
Quanto ao Diário, pelo que tenho verificado, só publica quando há qualidade nas propostas. Aquilo não é um pasquim. E valha a verdade que o PS tem sido promotor de muitas iniciativas. Há quem não goste, bom, a democracia e a independência do Diário é assim. Pior é eu e muitos querermos escrever no Jornal da Madeira e não deixarem.
Intenções minhas relativamente à RTP-M, nenhumas. Zero. Não vale a pena insinuar, porque se essa é a sua intenção, de alguma maldade, posso-lhe dizer que nunca tive qualquer interesse pela RTP. Aquela não é a minha área de intervenção. Cada macaco no seu galho.
Quanto à pressão, obviamente, se olharmos para o historial deste último processo (ainda em curso) obviamente que se percebe quem faz a pressão e de onde ela vem.
E quanto a surdos e amargurados, meu Caro, o futuro (cada vez mais próximo) dirá quem foram os surdos desta terra e quem ficará amargurado com as mudanças. Eu, certamente, que não. E se já foi adpto do PS, está na hora de repensar o que se passa à sua (nossa) volta.
André, permita-me que o trate assim, então V. Ex.a concorda que o nosso PS está bem? Onde está o líder? Quem marca a agenda política? Um jovem da Ponta do Sol e de vez em quando o grupo parlamentar para falar mais do mesmo. Não basta propor uma redução de impostos, é preciso demonstrar por A + B que essa redução é possível. Sejam claros e concisos naquilo que propõem! Só com propostas credíveis é que o PS pode ser alternativa, caso contrário não passará de mais um partido da oposição que na sua actividade partidária tem como missão criticar o governo. Hoje, segunda-feira, dia 8 de Novembro, um dia que marca o auge de uma polémica no Hospital. Há 3 semanas que o assunto está na praça pública. O que disse o PS sobre a revolta dos ortopeditas? Nada! E o PS até tem muitos médicos que são militantes! Têm "rabos de palha" os actuais dirigentes e deputados? Como pode a sociedade acreditar neste Partido Socialista? Como pode a sociedade dar um voto de confiança a um partido desorganizado? A um partido que é comandando por um militante da Ponta do Sol. A um partido que na altura das eleições autárquicas não delineou uma estratégia para reforçar-se na maior câmara da cidade? Que credibilidade tem um partido que nas últimas eleições autárquicas e para a Assembleia da República teve de socorrer-se de independentes ou de militantes de última hora? Que credibilidade tem um partido dirigido por uma pseudo-elite independente? O eleitorado só acredita num partido se houver organização, estratégia, militância e acima de tudo empenho desprendido em nome da causa pública. É preciso dar provas? A mulher de César nas basta parecer é preciso ser séria? E seriedade é coisa que a sociedade não vê no nosso partido. Disse que está na hora de repensar o que se passa à nossa volta e eu já pensei e repensei há muito tempo. O problema da não mudança da cor política na governação da Madeira não está no PSD nem nas manobras eleitoralistas do governo em tempo de campanha. O problema está no PS que não é credível. Agora medite e actue s.f.f.. Obrigado. João Carlos
Bom dia e obrigado pelo seu comentário que o interpreto como um sincero desabafo. Mas também permita-me que lhe diga que está a ser um pouco injusto.
Começo por lhe dizer que é elevadíssimo o número de propostas feitas sob a forma de Projectos de Decreto Legislativo Regional. Assuntos sérios e profundos, devidamente estudados, com particular destaque para o sector da Economia e Finanças. Neste sector, como em outros, eu sinto que temos "dominado" completamente a argumentação política em sede de Assembleia Legislativa. E temos dado expressão pública disso mesmo. Não sei se acompanhou um trabalho publicado, no DN, sobre o "Orçamento Sombra", designação esta da responsabilidade do DN. O assunto foi tão importante que mereceu da parte do DIÁRIO honras de 1ª página.
Quanto à greve dos médicos, várias iniciativas (inquérito parlamentar) e conferências de imprensa foram realizadas e, ainda ontem, politicamente, assumimos uma posição que o DN titulou "Saúde nas mãos de Diniz".
Todos os dias temos intervenção política, elaborada com seriedade.
Não lhe digo que não se possa fazer mais e melhor, mas acredite que se trabalha todo o dia nesse sentido. Pela minha parte, acredite que me sinto cansado. Os fins de semana são passados a elaborar documentos e a tentar transmiti-los para a Comunicação Social. E medito muito em tudo isto.
Agora, confesso que a rede tentacular é extensa e tenebrosa e não temos espaços que possibilitem a afirmação plena. O que falta, então, perguntar-me-á? Eu sei, ou talvez saiba, mas essa é uma questão para apresentar nos órgãos do Partido. Internamente, apenas aí.
Um abraço e obrigado pela reflexão.
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