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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PROFESSORES: DIA DE GREVE NACIONAL

Apenas uma nota ao início do dia. Tenho muita dificuldade em perceber a decisão dos sindicatos de professores da Madeira relativamente ao dia de hoje. Segundo ouvi, não se opõem à greve mas que a mesma fica ao critério de cada um. O que isto significa na prática é o benefício da dúvida relativamente ao que se passa na Madeira. Ora, se o Estatuto da Carreira Docente Regional é alvo de inúmeras críticas, se os princípios gerais que enformam a avaliação de desempenho são exactamente iguais aos do Ministério da Educação, se toda a arquitectura do sistema educativo é alvo de desconfiança a avaliar pelo insucesso escolar, pelo abandono, pela taxa de analfabetismo, pela falta de investimento, pela burocracia, pelas carências orçamentais, pela acção social escolar distante do que deveria ser, não vejo onde está a lógica que justifica o distanciamento em relação a uma luta que é, na minha opinião, do Minho ao Corvo.
No final do dia, contas apuradas, poderiam ser, até, de 10% o número de docentes em greve mas, sabendo como todos sabemos, as limitações regionais, a falta de informação e de cultura na defesa dos interesses desta classe, abandonar a única possibilidade de dizer basta, penso que é um sinal muito grave que os sindicatos estão a dar à sociedade. Se pensam alguns que a tal Comissão para estudar o processo de avaliação de desempenho constitui uma bondade do governo regional, estão enganados. As manobras de dividir para reinar continuam aí e só quem não as quer ver. Lamento a decisão sindical pois ela inscreve-se num quadro de reforço da razão do governo regional quando, periodicamente, são os sindicatos que mais criticam as atitudes do poder.
Ademais, a greve na Madeira não se justifica por solidariedade com os Colegas do Continente. Ela justifica-se em função do ambiente educativo regional. Ou alguém poderá esquecer-se da não contagem do tempo de serviço, da prova pública de acesso ao 6º escalão, da redução lectiva em função da idade e dos anos de serviço e do horário de serviço nocturno, entre tantas situações lesivas dos interesses dos educadores e professores?

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