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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ALERTA SOCIAL VERMELHO

A situação é muito grave. O trabalho inserto na edição de hoje do DN-Madeira, que dá conta que 43.000 empregados madeirenses auferem menos de € 600,00 por mês, suscita preocupação. É que a estes temos de juntar mais 30.000 pensionistas com rendimentos inferiores ao salário mínimo e mais umas dezenas de milhar a viverem num trapézio sem rede. As sucessivas declarações de representantes da Igreja e de organizações de solidariedade social chamando à atenção para a degradação económica das famílias, para as crescentes bolsas de pobreza e para a existência de novos pobres oriundos da designada classe média, nada sensibiliza o governo regional que prefere se manter em festa, em comícios, a falar da Constituição, do Sócrates e afins, passando ao lado dos verdadeiros e graves problemas que afligem o tecido social madeirenses.
Há fome na Madeira e no Porto Santo, meus senhores. Há gente que nunca pensou cair na situação em que se encontra. Há empresários aflitos que não sabem como manter os espaços comerciais abertos com capacidade de pagar, a tempo e horas, aos seus colaboradores. Há 53 instituições de solidariedade espalhadas pela Região que não chegam para cobrir, minimamente, as necessidades das pessoas e, enquanto isto acontece, que está aos olhos de todos, o governo continua no seu permanente Carnaval, em folia permanente, disfarçado de qualquer coisa, esbanjando o pouco dinheiro disponível em megalomanias no quadro de uma persistente propaganda de poder.
O trabalho da Jornalista Marta Caires chocou-me. Porque aquele trabalho, em cada linha, leva a descobrir as ligações deste tecido social esfarrapado ao processo ensino-aprendizagem na Escola que não pode ser globalmente positivo, as ligações à estrutura familiar obviamente de conflito, as ligações ao mundo do crime pela sobrevivência, as ligações ao álcool e à droga, aos idosos que ficam cada vez mais pobres porque as famílias têm de se socorrer das suas magras pensões, ao abandono da escola para integrar um qualquer trabalho precário, à prostituição e ao suicídio. Somem quantos, no ano passado puseram termo à vida e quantos homicídios aconteceram. Façam as contas!
O momento é de grande preocupação e isto não se resolve com a mudança da Constituição, resolve-se com a mudança de governo. Enquanto é tempo.

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