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sábado, 26 de setembro de 2009

ASSUMA QUE É MADEIRENSE DE ORIGEM PORTUGUESA

Ontem, no decorrer de uma inauguração, o presidente do Governo Regional voltou a defender que a Madeira está numa situação colonial e que entre continentais e madeirenses dá conta de civilizações marcadamente diferentes. Disse: "Nós agarrámos esta Autonomia. Pegámos nela e fizemos um instrumento de desenvolvimento" (...) "é esta a Autonomia que nos permitiu trabalhar, que provámos que foi positiva para o povo madeirense, o que dá, portanto, o direito de aperfeiçoá-la da maneira que o povo madeirense quiser" (...) e recordou que "a carta das Nações Unidas diz que existe uma situação colonial quando um território impõe a outro um determinado Estatuto, contra a vontade desse mesmo território".
Ora bem, hoje, ele é capaz de dizer que é português, que deseja continuar português mas ontem lá veio, subtilmente, com o discurso da chantagem, das palavras que não são neutras, que envolvem um significado para além do sentido conotativo das mesmas. Não falou de independência mas de aperfeiçoamento estatutário. Subtilezas, digo eu, para manipular o povo, para esconder a verdade que lhe corre no pensamento e que apenas não é afirmado abertamente porque não pode. Mas o pensamento está lá e germina, isto é, a criação de um ambiente separatista está lá. A manipulação dos menos capazes e que menos dominam os problemas da governação é evidente que é sensível de sementeira em sementeira discursiva. Quando, do meu ponto de vista, o problema é outro, é de boa ou de má governação, é de rigor em todos os sectores e áreas, é de um novo paradigma económico, é de não confundir o crescimento com o desenvolvimento, é de ausência de um sistema educativo sério e apostado na qualidade, é de políticas de família e de políticas sociais que garantam a erradicação da pobreza e a melhoria da capacidade de resposta dos cidadãos aos problemas, é de menor ambição e de maior racionalidade nos investimentos, é de esbanjamento ou não, é de muita coisa e não do orçamento que a Madeira dispõe. E disto o presidente não fala, não equaciona nem quer saber. Chuta para a frente mantendo a lógica do inimigo externo. Para ele o importante é dispor de dinheiro, cada vez mais dinheiro, de ser cada vez mais patrão de todos e de toda a sociedade gravitar à volta do poder regional.
É óbvio que as Regiões Autónomas têm de dispor de meios, mas o futuro colectivo não depende de atitudes guerrilheiras, depende, sobretudo, da inteligência, da capacidade inovadora, de uma postura de grande rigor e seriedade. E isso, está aos olhos de todos, pelos indicadores disponíveis, que o seu não é o melhor caminho.
Uma nota final: a palavra civilização significa, "estado de adiantamento e cultura social; modo de desenvolvimento cultural". Exactamente o que se verifica por aqui!!!
Foto: Google imagens (as tetas do governo)

1 comentário:

André Escórcio disse...

Um visitante "anónimo" deixou uma mensagem de um outro blogue onde tece considerações sobre uma figura da RTP-M e respectivos familiares. Por uma questão de princípio recusei o comentário, uma vez que este meu espaço não se destina a comentários atentatórios da dignidade das pessoas.
Espero que compreenda. Obrigado.