Ser contra apenas por ser contra constitui uma atitude de credibilidade reduzida. Há assuntos face aos quais o voto contra se justifica em toda a sua extensão. Em outros, embora não concordando, no mínimo, parece-me politicamente não comprometedor, a via da abstenção. Um país que foi sugado até ao tutano nos últimos anos, onde o desemprego é preocupante, onde meio milhão teve de fazer malas e emigrar, com jovens licenciados ou não com o credo na boca, com pobreza, idosos a pagar a factura, pensionistas que sentem que em cada mês há mais mês, pergunto, como se pode ser contra o complemento solidário para idosos, contra o rendimento social de inserção, contra o abono de família, contra o pavoroso IMI, etc.? Ser contra isto denuncia, publicamente, que se é contra o povo e que se apoia a pobreza. Respeito todas as outras posições político-partidárias, mas este não é o meu entendimento da democracia e sobre o que está em causa no plano interno e externo. Mais, ainda, porque se verificou que todos os constrangimentos impostos pela severa austeridade não se traduziram na palavra ESPERANÇA e no sentimento de que hoje estamos melhor! Pelo contrário, a situação piorou na relação entre a dívida e o PIB.
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