Parecia que não chegava a hora de Cavaco Silva deixar Belém. Terminou o que nunca deveria ter começado. Parte e não deixa saudades enquanto Presidente. Aliás, a generalidade da comunicação social é peremptória na análise extremamente negativa destes dez anos, de um político que não soube gerar qualquer empatia e respeito do povo. Andou sempre na berlinda, com aquele ar austero, mas, politicamente bacoco. Lembrar as peripécias destes dois mandatos é pura perda de tempo, já que os níveis de baixíssima popularidade falam por si.
De um palácio cor-de-rosa (Belém) muda-se para uma parte (10%) de um convento dominicano, também cor-de-rosa, em Alcântara. Ele preparou o seu futuro "lar" cujas obras custaram, aos contribuintes, cerca de meio milhão de Euros (Observador).
Não votei no Professor Marcelo Rebelo de Sousa, mas é o presidente eleito. Daí que espere um comportamento político abrangente, isto é, aquilo que tem vindo a dizer que será a sua marca, cumpra com todo o rigor. Portugal precisa de um Presidente que deixe a costela partidária bem longe de Belém, para que possa actuar com isenção, distanciamento partidário, ideológico e com um olhar sensato face à delicadeza do momento aos níveis nacional e europeu. Precisamos de um Presidente atento e moderador, respeitado, coisa que Cavaco Silva nunca soube interpretar. Felicidades ao novo Presidente da República.
Ilustração: Google Imagens.
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