Agora, logo ao início da manhã, foi em Bruxelas, mas as tensões andam por todo o lado. O sentimento que cresce é que não estamos seguros em sítio algum. Viajar, por razões profissionais ou, simplesmente, pelo prazer de conhecer, está a tornar-se uma quase aventura. Dizem, uns, que é preciso ser determinado para denunciarmos que não temos medo, mas isso não passa de uma balela dita boca fora. Na realidade, fugimos com o receio de estarmos no sítio errado na hora errada. Acordamos ao som das explosões e deixamos o dia com as imagens e os comentários do desespero e da morte. Para quê tudo isto?
Já não bastam as angústias provocadas pelos desequilíbrios económico-financeiros, já não basta olharmos para este Mundo de pobres, de sessenta milhões de refugiados, de seca, de analfabetismo, de continuada exploração do homem, de falência das instituições, de roubo aos mais vulneráveis para deleite dos ricos e muito ricos, de corrupção a todos os níveis, de clara insustentabilidade do planeta motivada pela ganância? Como se tudo isto não bastasse ou por causa disso mesmo, caminhamos, diariamente, com medo e em pânico, nesta curta passagem pela vida.
Hoje, em Bruxelas, no coração das instituições europeias, aconteceu mais um sinal dos tempos. E nós, completamente impotentes e frágeis, condenados a conviver com a incerteza. Que Mundo tão perigoso! Onde estão as referências do ser humano, os Homens e Mulheres estadistas capazes de inverterem este doloroso caminho para o abismo, quando sabemos que o recurso à bomba não resolve...
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