Há que anos os custos da operação portuária constituem assunto de debate político!!! Há que anos? Vir agora dizer, na abertura da conferência “A importância dos Portos em Economias Insulares”, que “(...) Estamos a trabalhar numa nova solução, que acima de tudo tenha como único objectivo reduzir a factura portuária, o que significa que a Madeira passará a ter maior competitividade, terá outra atractividade internacional e, simultaneamente, que a população da Madeira passe a despender de menos recursos para a sua actividade, que é maioritariamente dependente desta ligação marítima (...)”, é caso para dizer que o secretário regional da Economia, Dr. Eduardo Jesus, só pode estar a brincar com os madeirenses, quando arrasta, para o fim do mandato, uma solução para o problema de um descarado monopólio encapotado pela palavra concessão atribuída em 1991 (25 anos).
Entre muitas e sobretudo o que consta do Diário das Sessões da Assembleia Legislativa, li uma peça do jornalista Miguel Fernandes Luís (DN-Madeira/2014): "(...) Algumas tarifas chegam mesmo a ser quase o triplo das praticadas em Ponta Delgada, o maior porto do outro arquipélago português. Por exemplo, a descarga e movimentação de um contentor de 20 pés cheio no porto açoriano pode custar 90 euros, quando no Caniçal a mesma operação custa 237 euros (177 euros para a OPM e 60 euros para a APRAM-Administração de Portos), ou seja, mais 163 por cento. Pela operação de um contentor de 40 pés cheio são cobrados 130 euros em Ponta Delgada e 303 euros (208 euros para a OPM e 95 euros para APRAM), o que representa um agravamento de 133 por cento".
O que deduzo é que são muitos os interesses em jogo e os madeirenses e portosantenses, na lógica do banqueiro, "ai aguentam, aguentam...". À trapalhada com as ligações aéreas no que concerne ao subsídio de mobilidade, junta-se, agora, a ausência de coragem política para colocar um basta em uma área que prejudica, seriamente, quem vive na Região Autónoma da Madeira. Já percebi... é a "renovação".
Ilustração: Google Imagens.
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