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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O CHEFE E O LÍDER

Ele quis o clube único... ele quer o partido único.
O discurso político muitas vezes aparece travestido de democrata, todavia, apenas para disfarçar um sentimento muito mais profundo que se enquadra na lógica do poder absoluto. Aliás, ele sempre denunciou um inequívoco desejo que tudo gire em redor da sua vontade. Dificilmente uma pessoa consegue ultrapassar a sua matriz inicial. E a dele é a de chefe e nunca a de líder.
Aliás, ser líder e ser chefe é uma questão polémica cujo debate tem décadas. Inicialmente, sublinham os estudos, a função de chefia foi denominada de capatazia, ou, melhor dizendo, o ascendente do líder foi chamado de capataz. Depois passou a ser chefe. Daí à liderança a distância é significativa. De acordo com Waren Bennis e Pinheiro e Macieira (2005), há uma diferença entre chefe e líder:
O chefe administra os recursos humanos, o líder lidera pessoas;
O chefe precisa ganhar sempre, o líder precisa ganhar mais do que perder;
O chefe tem todo o poder, o líder tem competência;
Para o chefe os conflitos são aborrecidos, para o líder são lições;
Para o chefe as crises são riscos, para o líder são oportunidades;
Para o chefe as pessoas trabalham por dinheiro, para o líder trabalham também por dinheiro;
O chefe tem subordinados, o líder tem parceiros.
Ora bem, o que nós temos por aqui é uma versão, eu não diria de capataz, mas de chefe.
As suas recentes declarações sobre a Festa do PS-M, a ter lugar, no próximo Domingo, na Fonte do Bispo, ao considerá-la "festa da traição" e lugar que "não se recomenda", inscreve-se, precisamente, na lógica do chefe, do tal sentimento profundo de poder absoluto. Mas, tal como todos os chefes que por aí enveredaram, caíram, uns da cadeira e outros pela acção amadurecida do Povo.
Eu penso assim porque não quero ser subordinado mas parceiro activo do desenvolvimento da minha terra.

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