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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CHOCANTE

Acabo de ler, na edição de hoje do DN, uma peça da autoria da jornalista Rosário Martins sobre a "alta" que é dada a doentes em estado de coma. A situação está bem explicada e não coloca em xeque os médicos. Coloca, sim, em causa o sistema regional de saúde e as opções do governo no que à política social diz respeito. É evidente que os casos das designadas "altas problemáticas", sobretudo dos idosos que não têm para onde ir, muitos, é certo, vergonhosamente relegados pelas famílias mas que, no entanto, usurpam as suas pensões, há muito que constitui uma pecha madeirense. É vê-los pelos corredores dos hospitais, dependentes de quase tudo, a quem apenas lhes vale o carinho de enfermeiros, médicos e de auxiliares. Mas a verdade é que ocupam camas necessários para outros doentes prioritários. E a família, sublinha a jornalista, (...) com todos os elementos a trabalhar fora, é confrontada com o drama e procura os serviços do Centro de Segurança Social da Madeira para ver os apoios possíveis. Há que aguardar o atendimento por parte das assistentes sociais encarregues destas áreas, também a braços com inúmeras solicitações. Entretanto, prevalecem mais as dúvidas do que as respostas: "Como ter este doente em casa? Será que uma empregada dá conta deste serviço ou é necessário uma enfermeira? Quem paga estas despesas? Como explicar aos filhos mais novos a situação de ter em casa um doente praticamente morto, a alimentar-se por uma sonda e sem sequer abrir os olhos? (...)".
Enfim, um drama só explicável à luz da falta de sensibilidade, de solidariedade e do estabelecimento de prioridades em tudo o que diz respeito às questões sociais. A opção do governo é clara: obras e mais obras, estradas, túneis, campos de futebol etc., mas a grande obra, a obra no sentido do respeito pelo SER HUMANO, do respeito pela sua dignidade, essa fica para depois. Chocante!

1 comentário:

Anónimo disse...

Senhor Professor
E,no entanto, para "votar"...vão buscá-los a casa!
O Boss, melhor dizendo,o Bock,de facto, não olha a meios para atingir fins!
A indecência não tem limites!
Um abraço.