Este presidente do governo regional só o é quando entra na sala VIP do aeroporto, vindo de qualquer sítio que nunca é bem explicado. Ali, sim, enche o peito de ar e zás, toca a metralhar com palavras repetidas até à exaustão. Há trinta e tal anos que é assim e, por isso, ninguém o quer por lá, ninguém liga à sua crónica falta de contéudo político, o que dele faz um político de rigorosa dimensão regional. A Madeira merece melhor.
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"Único Importante"
só no aeroporto
e quando não se cruza com outros.
Aí, como se diz, "baixa a bolinha" |
Criticar a situação que se vive no País, classificá-la de "trupe política" e, depois de tanta declaração à distância, faltar ao Conselho de Estado, só tem uma classificação: COBARDIA POLÍTICA. É cobarde político aquele que não tem coragem para ir aos locais certos e onde tem assento, assumir, junto de todos os pares, aquilo que defende. Fugir das situações corresponde a uma grave irresponsabilidade no exercício da política. Pessoa que assim se comporta não tem sequer confiança nas convicções que o animam. Fala por falar e dispara por disparar, porque quando chega ao momento certo, ao momento de fazer ouvir a sua voz, arranja um 31 para estar longe. Aliás, eu sei que nas reuniões de Conselho de Estado, naquelas que ainda aparece, normalmente, nem a boca abre. Mantém-se ali quietinho e caladinho. Dir-se-á que, politicamente, só tem voz quando chega ao aeroporto da Madeira. Desde que não se cruze com outros e que o problema seja dinheirinho! Por lá, reconhece, certamente, pelo menos esta é a minha leitura, que vale zero no contexto do debate político. Uns, não lhe ligam, porque já foram ofendidos, outros, porque o consideram anedótico, outros, ainda, porque não desejam ver o seu nome enrolado na lama das palavras. Isto significa que este presidente do governo regional só o é quando entra na sala VIP do aeroporto da Madeira, vindo de qualquer sítio que nunca é bem explicado. Ali, sim, enche o peito de ar e zás, toca a metralhar com palavras repetidas até à exaustão. Há trinta e tal anos que é assim e, por isso, ninguém o quer por lá, ninguém liga à sua crónica falta de contéudo político, o que dele faz um político de rigorosa dimensão regional. A Madeira merece melhor. Na esteira do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, trata-se de um político autárquico, com todo o respeito que tenho pelos autarcas do nosso País. Se a coragem constituísse um seu atributo, tinha ido ao Conselho de Estado falar da alegada "Formiga Branca". Nunca aqui. Porque onde exerce funções (governo) carcomido, durante 36 anos, pelos insectos do sistema, ela é bem sensível e visível. Aliás, como outrora, no início da I República, o "Movimento Formiga Branca" foi a designação pela qual ficou conhecida uma "organização semi-clandestina, na realidade uma verdadeira polícia política irregular", exactamente com os mesmos traços que este poder político regional apresenta. Tratava-se de "um verdadeiro serviço de polícia política, com uma rede própria de informadores e de denunciantes e com numerosos operacionais capazes de realizar acções contra organizações adversárias, comités de vigilância e promover a intimidação dos adversários políticos" (Wikipédia). Ele não fala da "formiga branca" por mero acaso. Ele sabe do que fala e do que, certamente, lhe vai no pensamento político que alimenta infindáveis desejos. A "Formiga Branca", enquanto movimento, existe na Madeira, move-se segundo os cânones do controlo social subtil, refinado, sem armas no sentido tradicional do termo, mas essa "Formiga" faz tanto sangue quanto as verdadeiras armas. A Madeira está, politicamente, entregue a pessoas que já não geram confiança. Não sei se algum dia geraram, sei que, agora, o descaramento atingiu níveis muito preocupantes. Vejamos esta: nas suas recentes declarações, disse o presidente do Governo que, se não houvesse orçamento, o País pouparia dinheiro e os credores estrangeiros seriam forçados a encontrar soluções, por forma a não perderem os créditos. Li esta declaração várias vezes para compreender a dimensão da irresponsabilidade política que assume duas vertentes: a primeira, embora fale tanto do País, que pouco ralado está com o caos desde que o dinheirinho aqui chegue a tempo e horas; segundo, a habitual chantagem política que menospreza o cumprimento das responsabilidades assumidas. Cumprir a palavra, os acordos, os protocolos, os contratos, fica claro que isso não é com ele. Pelo menos na vida pública. Numa aproximação à sua governação regional, aquele irresponsável posicionamento significa, por um lado, que os empresários não devem exigir os seus créditos, caso contrário as facturas tendencialmente amarelarão ou, então, com prejuízo dos próprios devem renegociar para salvar alguma parte; por outro, que as empresas não devem solicitar a liquidação dos encargos assumidos porque, num próximo concurso, podem considerar-se fora dos mesmos. É esta dimensão da irresponsabilidade política, como se a negociação política (coisa que ele não sabe o que é) para a saída da situação na qual mergulhámos se esgotasse na chantagem. É este o exemplo que dá à sociedade. Até quanto o Povo aceitará isto?
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
Meu caro André.
Eu bem gostava de chamar uns certos nomes a esse cavalheiro, mas por razões que a razão existe, não o vou fazê-lo neste espaço que muito respeito. Que pouca vergonha tem esse senhor!!! Foi para a estranja, sabendo que havia um conselho de Estado, perde o avião que o havia de transportar, chega e, profere um discurso tão inflamado ( mais parecia uma incitação à Flama", pede o derrube do governo, pede a entrada do FMI e, não há maneira de ir dar uma volta até ás Desertas? O povo não tem olhos? Não vê a palhassada do Pedrinho? Que País é este? Ele quer o FMI para lhe dar o dinheiro que o Sócrates não tem? Vá pedir ao tio Banqueiro, ou ao Dias Loureiro. Onde estão as recuperações do 20 de Fevereiro? E o Dinheiro para ajudar as famílias rurais? E para os Sousas do Minas Gerais? Abre os olhos povo, amanhã já AJJ te tirou as calças e...
Obrigado pelo seu comentário.
Eu penso que este poder está por um fio. Quero acreditar nisso.
Um abraço.
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