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quarta-feira, 2 de março de 2011

A CONTA DE 2009... A TRISTE E PREOCUPANTE REALIDADE


Se o Dr. Ventura Garcês fosse um quadro de uma empresa privada, das duas, uma: ou já tinha partido, por decisão própria, em função de um desastrado "patrão" ou, teria sido demitido por um qualquer conselho de administração sério e apostado em resultados.

"Dubai do Atlântico, cheia de betão e totalmente falida", foi desta forma que o Deputado Carlos Pereira caracterizou a Região da Madeira, a propósito da Conta de 2009 que, ontem, esteve em debate na Assembleia Legislativa da Madeira. Uma vez mais assisti a várias intervenções, desde o Secretário Regional do Plano e Finanças ao grupo parlamentar do PSD, todas no quadro de quem quer tapar o Sol com a peneira. Em contraponto, o Deputado Carlos Pereira desmontou, peça por peça, aquela ânsia de justificar o que os números factuais não permitem. Aliás, raras vezes, quando alguém da oposição fala, se assiste a um certo silêncio na sala. E ontem, sobretudo na sua segunda intervenção, vi o Secretário acabrunhado, debruçado sobre os seus papéis, ao jeito de "como saio desta", vi o semblante dos seus colaboradores mais próximos (Directores Regionais, sentados na galeria dos convidados) denunciarem incómodo e vi, genericamente, a bancada do PSD a "engolir" as palavras argumentativas do deputado socialista.
É que o Dr. Ventura Garcês é, porventura, o secretário mais importante deste governo e lastimo que vendo este navio a adornar cada vez mais, não tenha a firmeza e a coragem para impor um rumo, chamando à atenção do presidente do governo para o quadro de falência para o qual ruma esta orientação política. Mantém-se acomodado como se fosse um "funcionário" que cumpre ordens, quando a responsabilidade da sua pasta está muito para além do somar, dividir, multiplicar ou subtrair das contas. Se o Dr. Ventura Garcês fosse um quadro de uma empresa privada, das duas, uma: ou já tinha partido, por decisão própria, em função de um desastrado "patrão" ou, teria sido demitido por um qualquer conselho de administração sério e apostado em resultados.
Não posso aceitar enquanto cidadão no exercício da política que um Secretário das Finanças, quando tem tudo em estado de falência, venha dizer à Assembleia que os activos superam os passivos. Pergunto: mas a quem é que a Região vai vender, por exemplo, a marina do Lugar de Baixo entre tantas obras e património pertença da Região? A política não pode descer a este tipo de discurso de vão de escada, de café ou de natureza familiar, onde as dificuldades são temporariamente resolvidas com a "Ourolux" ou qualquer coisa parecida. Vender o património, vender os activos, mas a quem?
A realidade é extremamente preocupante, mas o governo continua de peito cheio. Tal como me dizia um Amigo que, infelizmente, já partiu, "tudo isto faz-me lembrar o fidalgo cheio de problemas até ao pescoço, mas continua fidalgo". Mas foi assim com o Secretário e foi assim, à noite, na RTP-M, na entrevista com o Presidente do Governo. Os verdadeiros problemas da Região passaram completamente ao lado e tudo aquilo não passou de uma tentativa frustrada de recuperação de imagem. Aliás, neste momento que escrevo, curiosamente, numa sondagem de actualidade, no on-line do DN-Madeira, 74% dos leitores consideram que a entrevista se situou entre o miserável (64%) e o fraco (10%). Está tudo dito. 

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