É este sentimento que me repugna no exercício da política, essa política que se desviou do sentido mais puro, enquanto serviço público à comunidade e enveredou pelo aproveitamento dos lugares por razões de status social até outras menos conformes com a res pública.
Ao dizer que o PSD não está desejoso ou "cheio de vontade de ir ao pote", o Dr. Pedro Passos Coelho deixou escapar o sentimento que existe no partido. No PSD isso tem sido muito sensível. Não é por acaso que, em artigo de opinião, o Dr. Santana Lopes venha dizer que é difícil sentir-se «próximo de um partido em que muitos dirigentes se sentam na primeira fila das iniciativas de sucessivos líderes, sempre prontos para servir no Governo, em empresas, institutos públicos ou até embaixadas (...) um partido em que as diferenças programáticas e estratégicas não são as razões principais, está errado. Os partidos devem pensar, sobretudo, no que é importante para o país e não no que interessa a alguns dos que nele militam". Estas declarações compaginam-se, obviamente, com o que se passa no PSD. Aqui, na Região, não querem deixar o pote de maneira alguma e lá a azáfama é evidente.
Aliás, só o facto de dizer que os social-democratas não estão cheios de vontade de se lançarem sobre o pote dos interesses, o pote dos lugares, o pote em que esta política tem sido "generosa", só isso transmite a ideia contrária. Uma pessoa que não transporte esse interesse de rapidamente chegar ao poder, não deixa escapar essa ideia. Eu diria que transmitiu o sentimento existente, inclusive, sei lá, o dele. É este sentimento que me repugna no exercício da política, essa política que se desviou do sentido mais puro, enquanto serviço público à comunidade e enveredou pelo aproveitamento dos lugares por razões de status social até outras menos conformes com a res pública. E, assim, para lá querem ir rapidamente, mesmo que seja a meio de um mandato muito complexo, enquanto outros fazem tudo para não sair, apertando o cerco, controlando a sociedade, utilizando todos os meios disponíveis para controlá-la através das instituições públicas e privadas. É uma questão de Pote, claro!
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário