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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O DOM DA INFALIBILIDADE

É, de facto, difícil conviver com a política que por aqui acontece. Quem tem opinião diferente, há muitos anos que é assim, é visado e até maltratado. Não se discutem ideias mas aproveitam-se os textos para tentar espezinhar. Como se fossemos todos uns mentecaptos. Como se uns tivessem sido tocados pelo "dom" da infalibilidade e outros, coitados, uns desprezíveis incapazes de pensar. É a política no seu pior. Fala-se de alhos e respondem com bugalhos. Fala-se do analfabetismo na Região e a resposta é que a culpa é da Ministra e daqueles que não querem ver o trabalho que está a ser feito. Fala-se de assuntos que merecem uma reflexão profunda e respondem com coisitas superficiais e marginais, para distrair e tentar levar a água ao seu moinho. Sempre foi assim esta mania dos intocáveis. E quando perdem no campo da fundamentação política, vasculham a vida das pessoas para atacá-las na parte pessoal, privada e até familiar. A história recente da Madeira está cheia de situações nesse campo. Ora, o meu campo não é esse. É de respeito e consideração pelas pessoas mas de atitude firme perante as políticas. Espero sempre que os outros se posicionem da mesma maneira. Até porque não sou portador de qualquer verdade absoluta e bastas vezes tenho, por isso, reconsiderado posições a partir de outros ângulos de análise.
O que é lamentável é o apagão que se dá na cabeça das pessoas quando se sentam numa qualquer cadeira do poder. Rapidamente se esquecem do que diziam e a verdade passa a ser apenas uma. A Democracia enquanto regime e a vivência democrática daí resultante saem claramente prejudicadas pela falta de consciência que o poder é sempre efémero e que os contributos dos outros são importantes na construção de uma sociedade melhor preparada. Mas o que fazer, com as complexas raízes de 32 anos de poder absoluto?

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