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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

HONRAR A DEMOCRACIA

A Drª Júlia Caré, professora e Deputada na República pelo PS, acaba de manifestar mais uma atitude política que honra a Democracia e o partido que a elegeu. Nas duas matérias em questão (Estatuto da Carreira Docente/Avaliação de Desempenho e Código do Trabalho) a Deputada foi honesta consigo própria, honrou os seus compromissos com os eleitores e deu um importante sinal para o interior do PS no quadro de um conjunto de matérias que precisam de melhores enquadramentos políticos. Quando as circunstâncias e a tal disciplina de voto impera, dizer NÃO constitui um acto de coragem e de coerência, uma maneira de dizer, claramente, que a sua coluna não é de plasticina. Tudo isto sem colocar em causa os princípios e os valores socialistas que há muitos anos a guiam. Aprecio políticos assim. Políticos atentos aos desvios da matriz socialista, que assumem, com verticalidade, em matérias que dizem muito ao povo, posições que os honra.
São sinais importantes, sinais que causam embaraços internos, certamente, mas que ajudam a gerar ambientes de reflexão propícios à correcção de estratégias políticas mais consentâneas com o interesse nacional. De resto, nunca gostei de unanimismos. Uma coisa é, em matérias estruturantes, não colocar em causa a estratégia do governo, outra é, pontualmente, em matérias sectoriais, levantar a voz crítica, a voz da reflexão, a voz que, inclusive, defende o próprio partido. Infelizmente, há quem não entenda assim!

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria de concordar consigo. Mas não concordo porque me parece que há uma certa falácia nessa filosofia. Partindo do princípio (irrealista) de que os partidos no poder cumprem (ou tentam cumprir) as promessas eleitorais, eles perdem a credibilidade se os deputados fizerem o que bem lhes apetece.
A disciplina partidária é, à primeira vista, execrável. Mas o contrário será desastroso.

André Escórcio disse...

Caríssimo,
Obrigado pelo seu comentário. Entendo-o. Eu também defendo a disciplina partidária como princípio, nas matérias, como referi, estruturantes. Porque das duas uma: ou um Deputado aceita as regras ou vai embora. Não entendo, por exemplo, votar contra o Orçamento. Porém, aquilo de que falo reporta-se a matérias sectoriais em que o Deputado não deve violar a sua consciência. E isso é possível se a cultura democrática dos partidos respeitarem esse pressuposto e aproveitarem para reflectir. Nestas duas matérias que se cruzam, penso que a Deputada do PS esteve bem. É a minha convicção mas compreendo o que escreveu.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caro amigo

Para ser franco, também apreciei a atitude da deputada. Quanto mais não seja, pela coragem. Mas parece-me que estamos perante mais uma fragilidade da democracia.
Lá dizia o Churchill: "a democracia tem muitos defeitos, mas ainda não se encontrou nada melhor".

Anónimo disse...

Essa coragem só seria real caso motivasse uma alteração do sentido de voto. Pois a vontade até pode ser contrária à do grupo parlamentar, mas será concretizado aquilo que não alterar o sentido de voto. E, como tantas vezes no passado, a Sra. Deputada votará engolindo um elefante ou um sapo (abstendo-se). Desde que o sentido d evoto esteja salvaguarado para o partido socialista, para a sua ministra, para a sua política educativa.