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sábado, 21 de junho de 2008

BAIXAS A MAIS NA EDUCAÇÃO... OU SINAIS DE UM SECTOR QUE NÃO FUNCIONA?

Pode ser circunstancial mas não me parece. A realidade é que ninguém aquece o lugar de sub-director regional da Educação. Há relativamente pouco tempo foi a Drª Cristina Trindade, docente de visão larga, inquieta e de qualidade, que se colocou a milhas; agora, foi a vez da Drª Margarida Pocinho, outra figura com muito interesse, abandonar o barco. São desistências a mais de especialistas em educação, num governo que, ao longo dos anos, por maiores que fossem as críticas, optou sempre por manter os quadros não dando sinais de roturas internas. Tome-se em atenção, por exemplo, o caso da Secretária do Turismo e Transportes, apontada como culpada número um da desastrosa liberalização da linha aérea, sublinhada, até, pelo próprio presidente do governo! Continua de pedra e cal.
Mas, independentemente do que se está a passar, tarde ou cedo se saberá, o que me preocupa é a ausência de uma ideia para a Educação. Aliás, há vários anos que é assim, que se olha para o sector educativo e não se vê ambição, criatividade e interesse em inovar. Só vejo matreirice, controlo da autonomia dos estabelecimentos de ensino, actuações desajeitadas, ausência de diálogo com os parceiros sociais, rotina e mais rotina, a par de preocupações, aí sim, com a imagem pública. Encarar os graves problemas da Educação, projectar a Escola moderna, assumir preocupações ao nível das políticas de família em concerto com outras secretarias, libertar a Educação das amarras da excessiva burocracia, autonomizar (de facto) as escolas, libertar os Conselhos Executivos da subserviência à Secretaria, pensar nos currículos, na formação inicial, complementar e especializada, entre muitas outras tarefas, enfim, isso dá muito trabalho e, portanto, o melhor é que esses docentes (Sub-directores) fiquem quietos. Só que há gente que não gosta de ocupar lugares para atender telefones e responder a uns ofícios...

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