Parece-me evidente que a Secretária Regional do Turismo e dos Transportes não consegue acertar no alvo. Depois de não ter conseguido, em tempo oportuno, negar o acordo com o Governo da República, interpretando, com visão alargada, os dados que o "Grupo de Trabalho" sobre a liberalização elaborou e disponibilizou, sucessivamente, foi batendo às portas erradas e o desastre tem sido flagrante. Num primeiro momento foi a Lisboa tratar não sei de quê e chegou à Madeira com o problema dos reembolsos resolvido, como se esse fosse o drama principal. Agora, regressa de um encontro com a TAP, sem nada para contrapor à escandalosa liberalização. Pedir à TAP um tecto máximo para as ligações aéreas, evidentemente, que é o mesmo que perguntar a um faminto se quer comer.
É politicamente espantosa esta incapacidade para gerir este processo por dois motivos: desde logo, a Secretária, na base dos documentos que tinha em seu poder, pergunta-se, porque é que não reivindicou esse tecto máximo no momento negocial? Depois, sendo um assunto FUNDAMENTALMENTE LEGISLATIVO, que razões a levaram à Administração da TAP e ao Secretário de Estado dos Transportes?
Sendo um problema muito grave, entendo que só pode ser resolvido ao mais alto nível. E esse só pode ser o de Primeiro-Ministro, Grupos Parlamentares da Assembleia da República e o de Presidente da República. Mas a Secretária, ao contrário de ir ao centro da decisão anda pelas margens do problema, como que a MENDIGAR o respeito pelo princípio da continuidade territorial.
A incapacidade de negociação é evidente, está aos olhos de todos e é a consequência, entre tantos disparates ditos, do "grande líder" chamar de "Mugabe da Europa" ao Primeiro-Ministro, Sr. Silva ao Presidente da República e que a Assembleia que se "lixe ..." para não dizer a palavra efectivamente dita. Quando isto acontece é óbvio que se torna difícil negociar.
Só uma nota final: esta Secretária pode ter capacidade para gerir a coisa turística... mas de transportes, coitada! E, já agora, era bom que deixasse de falar do número de turistas entrados após a liberalização, porque o que está aqui em causa são os MADEIRENSES e PORTO-SANTENSES que estão condicionados pelos preços que estão a ser praticados. E mais, não fale do preço médio das viagens no mês de Maio. Fale do preço de UMA VIAGEM de hoje para amanhã; fale do preço de um cancelamento por motivo inadiável; fale do preço que os estudantes têm de pagar. Basta de areia para os olhos!
Só resta, no final de tudo isto, se as tarifas baixarem, vir dizer que foi uma vitória do governo regional.
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