Pessoa amiga remeteu-me há algum tempo uma cópia de uma correspondência trocada entre uma professora e o encarregado de educação. Atente-se nos seguintes textos:
MENSAGEM DA PROFESSORA: "Informo que a sua educanda não realizou os trabalhos de casa, pela terceira vez, prejudicando a sua avaliação. Agradecia que a chamasse à atenção".
MENSAGEM DA ENCARREGADA DE EDUCAÇÃO: "Venho por este meio que eu como encarregada de educação sei que por lei os alunos não são obrigados a trazer trabalhos para casa, pelo horário que tem de sair às 18 horas e trinta minutos da escola. E os pais quando chegão a casa tem mais que fazer do que saber se eles tem trabalhos ou não".
É com situações destas que os professores têm de conviver. E não se trata de um caso isolado. Esta é, apenas, uma amostra do que por aí vai. Este é um exemplo, pela característica da escrita, que resulta de uma família cuja formação educativa ficou distante dos patamares mínimos. Mas o que dizer, por exemplo, daquele encarregado de educação, bem posicionado na vida profissional, que perante a falta de estudo do seu educando, pergunta ao professor se as notas do 9º ano contam ou não para a média de final de curso (12º ano)? É que se não conta, senhor professor, não se arrelie.
Ora bem, a questão que se coloca é a de saber que sociedade é que estamos a construir e que escola foi desenhada por este governo para responder aos desafios do futuro. E neste campo de análise que políticas de organização social e de família foram pensadas no sentido de gerar um clima de rigor, de cultura e de responsabilidade?
Fico por aqui, sem antes dizer que com centenas de alunos assim, que espelham as famílias que têm, aos professores é-lhes exigido que sejam muito bons e excelentes para poderem ascender, mais rapidamente, na carreira profissional.
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