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terça-feira, 17 de junho de 2008

CONTRADIÇÕES

Um estudo desenvolvido pelos Doutores Helder Spínola e Carla Spnínola, do Laboratório de Genética Humana da Universidade da Madeira, concluiu que 4,1% da população da Madeira (cerca de 10.000) possui uma mutação genética responsável pela protecção dos pulmões, o que a torna mais sensível à agressividade das poeiras, fumo do tabaco, dos automóveis, etc.. O estudo revela, ainda, que cerca de 80.000 madeirenses (32,6%) constituem um grupo de risco.
Quando a ciência determina estas preocupações, o governo regional da Madeira, apresenta, amanhã, na Assembleia Legislativa da Madeira, com processo de urgência, uma proposta de decreto legislativo regional que “Adapta à Região Autónoma da Madeira a Lei nº 37/2007, de 14 de Agosto", sobre o consumo de tabaco. Trata-se de uma adaptação que visa tornar mais permissivo o consumo de tabaco na Região.
Ora bem, justifica-se a adaptação de uma lei quando existem especificidades regionais que devem ser acauteladas. Não é o caso do consumo de tabaco. Portanto, há dois aspectos que desde logo ressaltam: primeiro, a ausência de sensibilidade para cumprir os alertas dos investigadores e demais personalidades que têm vindo, repetidamente, a fazer sentir a necessidade de travar o consumo de tabaco; segundo, na ausência de especificidade regional, emerge a crónica luta contra as decisões aprovadas na Assembleia da República. Por mais correctas que sejam.
Até seria entendível que, na Madeira, o governo fizesse uma adaptação desde que fosse para limitar ainda mais o consumo. Porque se trata de uma questão de saúde. Mas o governo não quer porque, certamente, há obras para fazer e os impostos sobre o consumo são importantes. Decididamente, assim, esta terra não vai longe.

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