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sexta-feira, 20 de junho de 2008

O SECRETÁRIO DO ESTADO A QUE ISTO CHEGOU!

A conferência de imprensa de anteontem do Secretário Regional dos Recursos Humanos, foi patética, a propósito da Lei que, depois de aprovada na Assembleia da República, ditará que governos e autarquias não podem ser detentores ou financiadores de qualquer empresa de comunicação social. Veio o douto secretário, coitado, obrigado a dizer o que o chefe quer, que o Jornal da Madeira existe para defender o pluralismo na comunicação social madeirense. Ora bem, mas qual pluralismo? Desde logo, quem paga impõe as regras!
Se o PSD, a Fundação Social Democrata ou através dos seus grandes e obedientes empresários, pretendem ter um jornal, inclusive, gratuito, pois que criem o título e entrem no mercado com as mesmas regras que outros o fazem. Pouco ralado estou com a linha editorial. Diariamente, lutem pela sobrevivência do título como outros o fazem. Considero isso absolutamente normal. Agora, com dinheiros públicos, oriundos dos impostos de todos os madeirenses, o governo ser "proprietário" de um jornal que apenas serve a sua propaganda político-partidária, isso aí, alto e parem o baile, pois constitui um vergonhoso e despudorado abuso que em parte alguma deve ser tolerado. E em Portugal isso vai deixar de ser possível.
Vendam o título, entreguem-no à Diocese, se assim o entenderem, mas cuidado, não entreguem à Diocese para, depois, continuarem a financiá-lo indirectamente. A Igreja já leva muito dinheiro anualmente. Só nos últimos três anos foram € 24.816.617,00. Eu sei que há muita instituição que através desse financiamento educa e mata a fome a muita gente, portanto, por aí, não comento. Para o financiamento indirecto do jornal, NÃO!
E que fique claro que esta minha posição não tem nada a ver com os trabalhadores, quadro que deve ser respeitado e para os quais deve ser encontrada uma solução. Têm família e não podem ser atirados para uma situação delicada cujo culpado, único e exclusivo, é o próprio governo da Região.

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