"As pessoas precisam de um Presidente que não lhes fale apenas do presente, que não lhes repita apenas números e estatísticas, mas lhes aponte horizontes que lhes permitam esperar em vez de somente aguardar e muitas vezes desesperar. Como republicano, quero uma República moderna, escola pública, serviço nacional de saúde, protecção social, direitos políticos individuais articulados com os direitos sociais, culturais e ambientais".
O discurso de ontem, em Portimão, do Dr. Manuel Alegre, deixou-me feliz. A sua disponibilidade para candidatar-se a Belém significa uma lufada de ar fresco na política portuguesa e, sobretudo, um reencontro do nosso País e do seu Povo com um conjunto de princípios e de valores que, infelizmente, dia-a-dia, resvalam na voragem de uma globalização que tritura e de um directório europeu que impõe de acordo com os interesses de uma minoria. O discurso de Manuel Alegre foi clarificador e mobilizador. Oxalá o PS não cometa os mesmos erros da última eleição presidencial.
Aqui ficam alguns excertos da sua intervenção:
"É imperioso, no tempo que vivemos, afirmar o primado da cidadania sobre a lógica dos interesses, dos egoísmos e da indiferença. Esta é a cidade de um grande escritor português, Manuel Teixeira Gomes. Um poeta da palavra, um artista que foi Presidente da República e que, sendo Presidente, nunca deixou de ser artista. E acima de tudo um cidadão que nos deixou uma lição de ética e de sentido estético da vida. Neste ano em que se comemora o Centenário da República, voltamos a precisar desse rigor ético navida privada e na vida pública. E também de algo que vá para além do discurso cíclico sobre as contas públicas.
As pessoas precisam de um horizonte e de uma perspectiva para além dos números e para além dos sacrifícios que lhes pedem no dia a dia. As pessoas precisam de saber porquê e para quê. E sobretudo, para além do direito ao trabalho e do direito ao pão, as pessoas precisam do direito à esperança, do direito ao sonho e do direito à beleza.
É talvez a melhor maneira de celebrar o Centenário da República e é com certeza a melhor homenagem que se pode prestar ao Presidente poeta Manuel Teixeira Gomes: voltar a dar aos portugueses uma concreta razão de esperança, voltar a dizer aos portugueses que Portugal vale a pena e proclamar aos jovens que eles têm direito a viver e a dançar a vida, eles têm direito a outra forma de realismo: exigir o impossível. E o impossível é afinal tão simples: primeiro emprego, realização profissional, habitação, uma vida vivida sem ser em permanente precariedade.
Mas para isso, como escreveu o Professor Vitorino Magalhães Godinho – “A política de emprego tem de pôr de lado recibos verdes e contratos de termos arbitrários. O trabalho precário é um cancro para o desenvolvimento económico”. Trabalho precário, desemprego, desigualdade, insegurança, incerteza, ausência de perspectivas e de futuro.
(...) É esse Portugal que nos interpela. É esse o combate que chama por nós. E o que venho aqui dizer-vos é que estou disponível para esse combate. Com todos vós e com todos os portugueses que estão connosco, com todos os que a seu tempo virão a estar, para mudar e para vencer, pela República e por Portugal.
As pessoas precisam de um horizonte e de uma perspectiva para além dos números e para além dos sacrifícios que lhes pedem no dia a dia. As pessoas precisam de saber porquê e para quê. E sobretudo, para além do direito ao trabalho e do direito ao pão, as pessoas precisam do direito à esperança, do direito ao sonho e do direito à beleza.
É talvez a melhor maneira de celebrar o Centenário da República e é com certeza a melhor homenagem que se pode prestar ao Presidente poeta Manuel Teixeira Gomes: voltar a dar aos portugueses uma concreta razão de esperança, voltar a dizer aos portugueses que Portugal vale a pena e proclamar aos jovens que eles têm direito a viver e a dançar a vida, eles têm direito a outra forma de realismo: exigir o impossível. E o impossível é afinal tão simples: primeiro emprego, realização profissional, habitação, uma vida vivida sem ser em permanente precariedade.
Mas para isso, como escreveu o Professor Vitorino Magalhães Godinho – “A política de emprego tem de pôr de lado recibos verdes e contratos de termos arbitrários. O trabalho precário é um cancro para o desenvolvimento económico”. Trabalho precário, desemprego, desigualdade, insegurança, incerteza, ausência de perspectivas e de futuro.
(...) É esse Portugal que nos interpela. É esse o combate que chama por nós. E o que venho aqui dizer-vos é que estou disponível para esse combate. Com todos vós e com todos os portugueses que estão connosco, com todos os que a seu tempo virão a estar, para mudar e para vencer, pela República e por Portugal.
2 comentários:
Caro André Escórcio
Não me parece que este discurso agrade a Pinto de Sousa e à sua corte neo-liberal...
Por onde anda o ideário Socialista?!
Até quando a letargia dos militantes socialistas irá contemporizar com a vergonhosa fraude que os conspurca?!
Obrigado pelo seu comentário.
Apenas sublinho que a minha posição está assumida. E desde há muito tempo.
Um abraço.
Enviar um comentário