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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

"IRRESPONSABILIDADE E CHANTAGEM..."

Interessante, muito interessante. As palavras ditas, de forma séria, ao jeito de Frei Tomás, a propósito de uma declaração do Senhor Ministro Teixeira dos Santos, quando disse que batia com a porta se a Lei das Finanças Regionais fosse aprovada. Vai daí, ontem, o Senhor Presidente do Governo Regional, retorquiu: "(...) um país que está sob controlo, fiscalização e um olhar internacional, ao constatar que há um Ministro das Finanças que ameaça demitir-se por uma lei que custa 0,05% ao Orçamento de Estado, o que só pode ser justificado por uma irresponsabilidade ou por chantagem" (...) "o povo português não compreenderia uma coisa destas. Uma coisa seria a oposição derrubar o governo, não viabilizar o orçamento, outra é ameaçar demitir-se por causa de uma lei que representa 0,04% do PIB. Os portugueses iriam perceber que tudo isto é uma trama".
É Frei Tomás no seu esplendor. O Santo, diz-se, que pregava bem, os seus conselhos deveriam ser seguidos, mas que ninguém olhasse para a sua prática, porque aí a conversa era outra. Então, em 2007, havia alguma razão substantitiva que fizesse interromper a Legislatura Regional? E não foi isso que o Presidente do Governo Regional fez? Demitiu-se, gerou um enorme embuste em redor da Lei das Finanças Regionais, provocou eleições e conseguiu arrastar o poder por mais dois anos. Não terá sido isto um claro sinal de "irresponsabilidade" e de "chantagem", enfim, uma demonstração de que vale tudo para garantir o poder?
Sinceramente, já não há pachorra para assistir a esta forma de fazer política, onde não se joga com a seriedade e honestidade dos argumentos, mas com as atitudes rasteiras como se a grandeza dos actos estivessem de um lado e, do outro, apenas a má-fé. Parece-me óbvio que tudo isto terá um fim trágico a não ser que o Povo acorde da anestesia.
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

Zero virgula Zero disse...

Há, pelo menos, uma diferença quantitativa: enquando um se demitiu por ter sido cortado 15% do respectivo orçamento (impossibilitando o cumprimento do respectivo programa de governo, validado nas urnas pouco mais de 2 anos antes) outro ameaça se demitir por se aumentarem 0,05% das respectivas despesas...
Entretanto, nessas despesas continuam os buracos (muito maiores) criados em Lisboa e Porto pelos respectivos sistemas de transporte público. Sem falar do resto...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Apenas constatei factos.

Zero virgula zero disse...

Pois. Mas enquanto, para um o "facto" pesa zero virgula zero, para o outro pesa uma "tonelada"...