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quarta-feira, 7 de julho de 2010

EXPLICAR A AUTONOMIA?


Semeiam uma verdade como se essa fosse uma verdade absoluta. John Stuart Mill escreveu: "A recusa em escutar uma opinião porque se tem a certeza que é falsa, equivale dizer que a sua certeza é uma certeza absoluta".


Já começou a campanha eleitoral para as legislativas regionais de 2011. Ontem, o presidente do PSD-M e presidente do governo regional foi à Escola Profissional Atlântico, "explicar" a Autonomia. No essencial, foi lá vender o seu "produto", isto é, semear a sua doutrina. A Escola, por seu turno, esquece-se que existem outras "verdades" sobre o mesmo tema. E sendo assim, os alunos foram "obrigados" a ouvir uma parte da história quando existem outros lados merecedores de séria e profunda reflexão.
O palestrante criticou "tanta mediocridade" sensível na classe política, de Lisboa, claro, mas não falou, nem era expectável que falasse, de tanta medicocridade existente no seu governo e tanta medicocridade na estratégia política do governo pelo qual é primeiro responsável. Os alunos, essa juventude que o ouviu, merecem mais respeito, merecem ouvir vários quadrantes do pensamento e não apenas a voz oficial, como se tudo se esgotasse na palavra de quem lidera este processo político há 36 anos.
A sementeira doutrinária é perfeita. Começa muitos anos antes, com a política de apoios que mais tarde condicionam as escolas a convidarem (não sei se convidaram ou se estamos em presença do facto consumado) um político para, habilidosamente, "fazer a cabeça" dos jovens. Gostaria de ver esta e outras escolas convidarem o líder da oposição para falar aos estudantes sobre a mesma temática. Ora bem, se isso vier a acontecer, espero que sim, retiro, completamente, estas ilacções que aqui produzi. Mas não me parece crível que isso aconteça. E não acredito, porque a rede está montada e poucos ou nenhuns têm a coragem de abrir o conhecimento a todas as correntes de opinião. Semeiam uma verdade como se essa fosse uma verdade absoluta. John Stuart Mill (1806/1873) escreveu: "A recusa em escutar uma opinião porque se tem a certeza que é falsa, equivale dizer que a sua certeza é uma certeza absoluta".
Ilustração: Google Imagens (John S. Mill).

8 comentários:

João Palavra disse...

E perante este cenário, o que faz a JS Madeira?
Quem são os militantes da JS/M que estudam na Escola Atlantico? Que militância apresentam?
Será que a JSD está parada? Não! Estavam todos de bando lá na conferencia e o próprio Director Regional da Juventude... antigo colega de Jacinto...
A JSD está menos activa porque a sua rival não faz nada, mas o Grande Chefão manda os pequenos se infiltrar em TODAS AS ESCOLAS.
Pensa que o PSD está infiltrado em todo o lado por casualidade ou por movimentos expontaneos? São dezenas de anos de infiltração ardua e organizada.
E o trabalho que o PS tinha nas escolas foi abandonado! E hoje a Jota não existe!

João Palavra disse...

A JS/M não existe na prática, existe apenas em teoria. E posso prova-lo.
Uma maravilha, menos uma ameaça, para os actuais dirigentes que sabem muito bem como começaram na política e por onde e como tomaram o poder no PS.
Usaram a sua arma externa para se servir internamente e depois destruiram ou deixaram morrer o que restava do seu "trampolim"...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Convenhamos que não é fácil gerar as condições de penetração no meio estudantil. As próprias escolas não "ensinam" a democracia e não geram as condições para a liberdade de pensamento. Vivem no meio de um certo medo que, aliás, é transversal a toda a sociedade.
Tenha em consideração, por exemplo, os estudantes da Universidade da Madeira!
As universidades sempre foram pólos de luta político-social. Os estudantes, independentemente dos partidos políticos sempre foram os motores do pensamento reivindicativo. E o que acontece? Nada. Rigorosamente, nada. Quais são as lutas desencadeadas pela associação de estudantes? Não conheço uma.
Portanto, isto acontece porque a anestesia é colectiva, o sistema educativo está, a todos os níveis dependente e subserviente. É muito difícil, creia, quando nos predispomos a analisar as causas do que se passa.
No entanto, acredito que esta Jota está a procurar desbravar um novo tempo de participação, de cidadania, de valores que deveriam nortear as nossas condutas colectivas desde as primeiras idades.
Por exemplo, eu gostei do que ouvi no encerramento do último congresso. Mas sei que não é fácil.

João Palavra disse...

Caro Professor Escórcio,
A JS/Madeira nunca teve tantas condições técnicas e logísticas para desempenhar o seu papel como agora.
Simplesmente houve uma quebra na organização quando os anteriores "Jovens" só se preocuparam em conquistar o poder interno no PS com lutas fraticidas que ainda perduram. Não vê? Olhe à sua volta e veja quem encontra nos gabinetes e nos cargos.
Se ninguém for buscar outros jovens e homens de espírito jovem e livre o PS morre de "velhice" e termina a sua inserção na sociedade.
Eles não vão chegar de forma expontanea "pedindo a ficha". Nem sabem o que é um Partido, uma Jota. Os que pensam que sabem, pensam o pior.

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu novo comentário.
Concordo consigo em vários aspectos. Permita-me, no entanto, que continue a pensar que, dentro das dificuldades que enunciei, o espírito ganhador e de participação fará esta Jota caminhar no sentido da sua afirmação político-social. Veremos...

João Palavra disse...

Eu não vou esperar para ver, vou agir! Já estou farto de tanta asneiro do ex-meninos da "antiga" JOTA. Passaram a marca.
Penso que devia fazer o mesmo noutras àreas, muito dependente da sua influencia. Infelizmente não restam no PS muitas pessoas com a idoneidade e pensamento livre como o Prof.Escorcio. Muito depende de si.
Mais do que pensa.
Bem-haja

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário e considerações feitas. Mas, Meu Caro, no PS eu apenas sou um militante que deseja ver a mudança política nesta terra. Vi o Salazarismo e o Marcelismo caírem e quero ver a mesma situação com o Jardinismo. Respeito a Comissão Política a que pertenço e entendo que devo fazer tudo, mas tudo o que estiver ao meu alcance, todavia, permita-me a expressão, no meu galho.
Um abraço e obrigado pelas considerações amigas.

João Palavra disse...

Para lutar contra o Jardinismo era e é necessário um PS forte cheio de homens e mulheres Livres de Amarras a vicios e ambições pessoais egoistas, bem como a outras dependências em termos políticos a outros "organismos" nacionais (e regionais).
Não vejo essas condições no PS actual. Vejo apenas lutas de antigos amigos de jota e todos acomodados ao cargo e à situação, salvo raras excepções como no seu caso.
Repare no seguinte: Ninguém conseguirá derrotar o "Jardinismo" se no seu íntimo não achar que isso possível. Quem no PS acredita intimamente e sem dúvidas que está a contribuir para a derrota do PSD nas próximas Eleições Regionais e que tal não é impossível? E em especial o actual líder, Jacinto Serrão?
Ainda há tempo! O PS, os seus militantes, precisam de iniciar um grande movimento de mobilização das forças vivas da sociedade Madeirense, campanhas de militantes, grupos de trabalho... Fora dos espartilhos criados por quem controla o "sistema"...
Porque os "Chefes" e o "funcionário" que carrega no botão print das listagens, amarra toda a possibilidade de alternativa democrática no PS/Madeira. Ai as listagens... Antes era o Isidoro, depois foi o Galamba (PS Nacional), depois foi o Victor, agora é... sabe quem é?!
Caro Professor Escórcio, já o conheço á muitos anos e não o tomei por uma pessoa que ficasse parada no seu galho... O seu galho, como Homem Livre é o PS no seu todo.
Continue o Bom Trabalho, mas não pense que depois de cumprir com as suas obrigações, já não precisa fazer mais nada... falta aquela faísca... aquela gota de àgua que vai fazer a diferença final.
Um grande abraço,
João