A RTP-M, ao contrário de valorizar a questão do momento, aquela questão que a toda a sociedade diz respeito, em clara obediência ao poder, esconde o Orçamento Rectificativo, esconde a palavra alternativa e não leva às pessoas as implicações nas suas vidas que um Orçamento acaba por ter.
A RTP-Madeira tem de ser metida na ordem. Isto é, tem, obrigatória e necessariamente, de regressar ao seu estatuto de "serviço público" a que está vinculada.
Acabo de seguir o Telejornal e o sectarismo e até a censura campeiam como nunca. Não há memória, desde 06 de Agosto de 1972, data da sua criação na Região, um desnorte e um favorecimento ao partido do poder como acontece neste momento. Não me recordo de um período tão sectário e de uma informação tão medíocre. Digo-o com pena, com um profundo lamento, até pelo facto de, durante catorze anos, ter sido um colaborador com responsabilidades atribuídas. Recordo-me de todos os seus directores, dos excelentes profissionais com quem mantive relações de profunda amizade e com quem muito aprendi, pessoas que sem os meios de hoje produziam informação diária e não diária com a qualidade então possível. Era sensível a existência de seriedade, apesar das pressões do poder já então serem muito sentidas. Mas nada como agora.
Apenas mais um triste exemplo: amanhã, termina o "debate" sobre o Orçamento Rectificativo da Região Autónoma da Madeira. Nem um debate foi agendado face a tão importante documento e quando a Região atravessa um momento extremamente complexo, de desemprego, de desequilíbrio nas finanças e de dívidas. A RTP-Madeira, repito, responsável pelo "serviço público", recebendo do Estado as necessárias indemnizações compensatórias, não se ficou por aí. Hoje, na sequência da realização da Comissão Especializada de Economia e Finanças, onde foram discutidas dezenas de propostas dos partidos da oposição, com destaque para as do Partido Socialista, ignorou, as conferências de imprensa do PS e, segundo me apercebi, do CDS/PP. A RTP valorizou tudo, inclusive, uma conferência de imprensa que versou sobre a construção de um templo católico, mas o Orçamento Rectificativo NÃO. A RTP-M, ao contrário de valorizar a questão do momento, aquela questão que a toda a sociedade diz respeito, em clara obediência ao poder, escondeu o Orçamento, escondeu a palavra alternativa e não levou às pessoas as implicações nas suas vidas que este Orçamento acaba por ter. Tenho pena, porque esta Direcção (toda ela) está a vender aos bocados um serviço que deveria ser norteado pela isenção e pelo distanciamento ao poder político.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Em vez de falar, caro camarada temos é que agir e rapidamente...
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