Este tipo de concentração como a de ontem, na tal Herdade, transporta isso mesmo, a ideia não de festa mas de concentração, de “missa” com “homília”, onde uma larga percentagem da população votante, ouve e consciencializa “a voz do dono”, a voz do Senhorio, subjugada à lengalenga da ofensa e das palavras e frases assassinas ditas de forma estudada, calculista, mesmo que repetitiva.
É um paradoxo mas é assim. Até um dia que tudo se inverte e rebenta. A História está cheia de factos que demonstram que assim é. Praças cheias, acenos de simpatia, gritos histéricos de apoio, lenços que acenam tal como em Fátima, discursos inflamados, enfim, aos milhares vão nas palavras ou, talvez, na cor da bandeira, no apelo conjugado dos senhores de vários sectores e instituições. Apesar da desgraça, do desemprego e da pobreza, correm serra acima, no dia 25 ou próximo desse, meticulosamente escolhido, numa altura que o “senhor governo” já depositou os “cobres” na conta, cantando “a maré está cheia” e não se dando conta que o “barco não anda”. Que são vítimas dessa viagem que de alegre nada tem, que de felicidade nada tem, pelo contrário, são actores da encenação de uma forma inteligentemente montada. E que a espetada, o vinho e o bolo do caco, nas actuais circunstâncias, são provocadoras de azia social. Não se dão conta, infelizmente.
Obviamente que nada tenho contra este tipo de festa partidária, sobretudo se ela fosse genuína e se tudo o resto estivesse resolvido, esbatido ou a caminho de uma solução. O que não é o caso. Este tipo de concentração como a de ontem, na tal Herdade, transporta isso mesmo, a ideia não de festa mas de concentração, de “missa” com “homília”, onde uma larga percentagem da população votante, ouve e consciencializa “a voz do dono”, a voz do Senhorio, subjugada à lengalenga da ofensa e das palavras e frases assassinas ditas de forma estudada, calculista, mesmo que repetitiva. Ditas na casa do Senhorio, na “sua” Herdade, paga, julgo eu, com o dízimo de muitos, vá lá saber-se de quem, de quantos e a propósito de quê. Na cúpula, ninguém se interroga, todos lá vão assinar o ponto, mostrar que estão ali, muitos não sei com que convicção, mas a presença, à priori, significa que estão para o que der e vier. Estarão? Não sei!
Tudo isto não é que me enoje, mas deixa-me um rasto de tristeza quando sinto que a Escola, trinta e seis anos depois de Abril, não libertou, apenas aculturou na cultura dominante. A Escola não conseguiu fazer uma espiral para fora a partir do aluno centro das preocupações. Antes fez uma espiral para dentro a partir dos interesses maioritários, isto é, no sentido do condicionamento. É nesse estádio que muitas pessoas estão, convencidas que são livres, por isso não dão conta dos muros que intencionalmente ergueram em seu redor.
Ora, eu penso que é possível sair deste quadro, de uma cultura menor, de uma falta de identidade e de uma subjugação quase absoluta. É possível, mas para que isso aconteça necessário se torna que alguns sectores, não apenas os partidos políticos, tomem em mãos essa tarefa. Trata-se de um trabalho de muita gente, de cada um na sua área de intervenção social, a questionar, a colocar em causa e a divulgar a outra face das verdades!
É um paradoxo mas é assim. Até um dia que tudo se inverte e rebenta. A História está cheia de factos que demonstram que assim é. Praças cheias, acenos de simpatia, gritos histéricos de apoio, lenços que acenam tal como em Fátima, discursos inflamados, enfim, aos milhares vão nas palavras ou, talvez, na cor da bandeira, no apelo conjugado dos senhores de vários sectores e instituições. Apesar da desgraça, do desemprego e da pobreza, correm serra acima, no dia 25 ou próximo desse, meticulosamente escolhido, numa altura que o “senhor governo” já depositou os “cobres” na conta, cantando “a maré está cheia” e não se dando conta que o “barco não anda”. Que são vítimas dessa viagem que de alegre nada tem, que de felicidade nada tem, pelo contrário, são actores da encenação de uma forma inteligentemente montada. E que a espetada, o vinho e o bolo do caco, nas actuais circunstâncias, são provocadoras de azia social. Não se dão conta, infelizmente.
Obviamente que nada tenho contra este tipo de festa partidária, sobretudo se ela fosse genuína e se tudo o resto estivesse resolvido, esbatido ou a caminho de uma solução. O que não é o caso. Este tipo de concentração como a de ontem, na tal Herdade, transporta isso mesmo, a ideia não de festa mas de concentração, de “missa” com “homília”, onde uma larga percentagem da população votante, ouve e consciencializa “a voz do dono”, a voz do Senhorio, subjugada à lengalenga da ofensa e das palavras e frases assassinas ditas de forma estudada, calculista, mesmo que repetitiva. Ditas na casa do Senhorio, na “sua” Herdade, paga, julgo eu, com o dízimo de muitos, vá lá saber-se de quem, de quantos e a propósito de quê. Na cúpula, ninguém se interroga, todos lá vão assinar o ponto, mostrar que estão ali, muitos não sei com que convicção, mas a presença, à priori, significa que estão para o que der e vier. Estarão? Não sei!
Tudo isto não é que me enoje, mas deixa-me um rasto de tristeza quando sinto que a Escola, trinta e seis anos depois de Abril, não libertou, apenas aculturou na cultura dominante. A Escola não conseguiu fazer uma espiral para fora a partir do aluno centro das preocupações. Antes fez uma espiral para dentro a partir dos interesses maioritários, isto é, no sentido do condicionamento. É nesse estádio que muitas pessoas estão, convencidas que são livres, por isso não dão conta dos muros que intencionalmente ergueram em seu redor.
Ora, eu penso que é possível sair deste quadro, de uma cultura menor, de uma falta de identidade e de uma subjugação quase absoluta. É possível, mas para que isso aconteça necessário se torna que alguns sectores, não apenas os partidos políticos, tomem em mãos essa tarefa. Trata-se de um trabalho de muita gente, de cada um na sua área de intervenção social, a questionar, a colocar em causa e a divulgar a outra face das verdades!
Ilustração: Google Imagens.
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