Uma taxa de 11,7% (14.818 desempregados a dividir por 126.000 activos) é muito preocupante, simplesmente porque a situação denuncia ser de natureza estrutural. E porque é estrutural só com medidas políticas estruturais, só com inovação, criatividade e responsabilidade política é que a Madeira poderá sair do sufoco em que se encontra.
Uma diminuição de características sazonais, toda a gente sabe disso, fez recuar, ligeiramente, a taxa de desemprego. São hoje 14.818 desempregados, ou seja menos 272 inscritos (-1,8%) que em Maio (15.090), apesar de estar 18,5% acima dos valores do ano passado (12.483). Dir-se-á, então, que o problema estrutural se mantém. Infelizmente (oxalá esteja eu enganado), em Setembro, tudo leva a crer que o desemprego voltará a crescer. Apesar disso, o secretário dos Recursos Humanos, evidenciou, ontem, a sua grande satisfação pela ligeira diminuição, em uma clara atitude de querer esconder apenas com uma árvore a floresta dos desencantos. Uma taxa de 11,7% (14.818 desempregados a dividir por 126.000 activos) é muito preocupante, simplesmente porque a situação denuncia ser de natureza estrutural. E porque é estrutural só com medidas políticas estruturais, só com inovação, criatividade e responsabilidade política é que a Madeira poderá sair do sufoco em que se encontra. Uma coisa é certa: a manutenção da mesma política económica significará, obviamente, o agravamento do actual quadro de falência.
E naqueles gravosos números do desemprego não se encontram as desistências e aqueles que tiveram de emigrar por ausência de soluções políticas na Região. De salientar que em Dezembro de 2002 havia 4.694 inscritos, em Dezembro de 2007 chegou aos 8.773 e agora já se situa em 14.818. Trata-se de um crescimento que deve a todos preocupar. Quanto ao secretário dos Recursos Humanos, esse, vai varrendo para debaixo do tapete, perante o silêncio do Vice-Presidente do Governo de quem depende, fundamentalmente, as políticas de emprego. O habitual.
Ilustração: Google Imagens.
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