Esta é, repito, a minha leitura, compagina-se com essa ideia maior que é a de construir, atempadamente, um serviço, dito "público", à medida dos interesses do governo e à medida da promoção de uma alternativa política no interior do PSD.
Tive ontem conhecimento da dispensa da Jornalista, Drª Lília Bernardes, de colaboradora da RTP-Madeira, no programa quinzenal "Parlamento", onde juntava e debatia com os Deputados madeirenses na Assembleia da República, assuntos de relevância política. Justificação: contenção de encargos.
Tive ontem conhecimento da dispensa da Jornalista, Drª Lília Bernardes, de colaboradora da RTP-Madeira, no programa quinzenal "Parlamento", onde juntava e debatia com os Deputados madeirenses na Assembleia da República, assuntos de relevância política. Justificação: contenção de encargos.
Ora bem, a questão, óbvia, pelo menos para mim, não é essa. Se assim fosse, não teriam "mexido" na estrutura orgânica, não tinham promovido uma série de pessoas a lugares de coordenação (de quê?), não tinham convidado mais elementos a integrar os quadros, não contratualizavam serviços técnicos externos, antes promoviam, aí sim, trabalhadores que não aparecem nas imagens mas que são determinantes na emissão diária (há gente há mais de dez anos "estacionada" na carreira) não criavam programas de reduzida audiência, não gastavam, para já, entre muitas outras coisas, permitam-me a expressão, "uma pipa de massa" para adaptar o edifício à utilização pela RDP. A questão é, portanto, outra e chama-se CENSURA ou "limpeza" de pessoas que, no seu historial profissional sempre souberam manter uma distância ao poder regional e às oposições. Temos de olhar para a história da comunicação social madeirense e para os desabafos do poder para percebermos o que se está a passar. Pessoas que seguem o seu próprio caminho e que não se vergam aos interesses desta ou daquela instituição, aos favores deste ou daquele, em particular. A questão central é essa e não outra, até porque, a televisão e a rádio, neste tipo de programa de informação não diária, precisa de gente com um "background" de conhecimento e de experiências, só possíveis com muito tempo de trabalho e de acompanhamento do processo político. São essas pessoas que ajudam a credibilizar e que, para além dos quadros, promovem a identidade da estação.
Tudo isto, esta é, repito, a minha leitura, compagina-se com uma ideia maior que está subjacente e que é a de construir, atempadamente, um serviço, dito "público", à medida dos interesses do governo e à medida da promoção de uma alternativa política no interior do PSD. É por tudo isto e muito mais que há desconforto interno na RTP-M, há gente desanimada, sem alma, sem o fervor profissional de outros tempos, quando são observadores de interesses que estão a matar a importância da RTP no quadro do serviço público. O "brainwash" continua imparável.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Olá!
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