"Chefe decide, está decidido. Entende que, como ganha eleições, pode ser 'juiz em causa própria', pode ser 'árbitro e jogador ao mesmo tempo".
O Jornalista Luís Calisto assina, na edição de hoje do DN, mais uma notável crónica caracterizadora do "Estado do Regime na Região". Vale a pena ser lido. Aqui fica um excerto:
"(...) Que interessa a quem está no poder? Ocupar os espíritos. Enquanto o governo discute os jornais, os jornais não discutem o governo. A Madeira é a única terra do mundo onde é a Política a criticar a Crítica, em lugar de ser a Crítica a criticar a Política. Só aqui, TV e jornais são notícia. Diária. Há 30 anos. E enquanto o asfixiante sistema boicota a missão das redacções, o povo não pensa no futuro de uma Região metida no beco sem saída onde se encontra. Na alaranjada arquiconfraria, a proliferação de adjuntos e assessores deveria, ao menos, libertar o chefe dos seus ímpetos exibicionistas. Um presidente não devia fazer de 'emplastro', a impingir-se às câmaras de TV o tempo todo. Quinta-feira, chefe foi à bola e apareceu em planos fixos, 'zoom in' e 'zoom out' mais vezes do que os marcadores de oito golos, além das citações e alusões nos comentários. Desta vez não haverá 'post scriptum'.
Ilustração: DN.
4 comentários:
Não é só o AJJ a se fazer á TV. È a oposição toda com o PS à cabeça. Comunicação social na Madeira é um desastre com os polítiqueiros TODOS que asfixiam as redacções com conferências de imprensa disto e daquilo num autêntico exibicionismo e pressão premanente.O AJJ tem bons seguidores.Carlos Pereira e André Escórcio são os melhores exemplos. Revejam os respectivos blogues. Elucidativos!
Obrigado pelo seu comentário "anónimo" (direito que lhe assiste). Pessoalmente, não gosto, porque sempre assumi, desde pequenino, tudo o que faço e digo.
Permita-me, a sua observação enferma de um erro. Desde logo, da minha parte e penso que da parte do PS não existe pressão alguma. O que existe é a denúncia de uma história de bastidores, muito complexa, que consta de uma exposição ao Conselho de Administração, ao Conselho de Opinião e à Entidade Reguladora. O Conselho de Opinião, em resposta, foi corrosivo para com o Conselho de Administração. E, agora, aguarda-se pela posição da ERC que apenas aguarda resposta às perguntas feitas ao Conselho de Administração da RTP. Aí se conhecerão os pormenores da marosca.
O problema está aí, nas jogadas de bastidores para colocar quem o PSD quer e entende.
A minha posição é clara: quero uma RTP, de serviço público, independente e gerida de dentro para fora. Não quero que o controlo esteja na Quinta Vigia ou na Rua da Alfândega. Entendeu, meu caro?
Quanto às conferências de imprensa, obviamente, como a RTP não estabelece o contraditório, só resta à oposição realizar conferências de imprensa.
Então se quer uma RTP, de serviço público, independente e gerida de dentro para fora escolheu mal a citação; porque esse senhor jornalista foi, na RTP, o exemplo de gestão de fora para dentro e totalmente subordinada ao PSD. Ninguém fala das peças que foram censuradas e dos textos impingidos aos jornalistas, porquê?
Obrigado pelo seu comentário.
Conheço o Jornalista Luís Calisto desde muito jovem. Tenho por ele uma grande admiração e estima pessoal. Nunca foi e não é um Homem da censura mas um Homem da Liberdade. As suas análises são transparentes e lúcidas. Faz parte do leque de Jornalistas que a Região se deve orgulhar.
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