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terça-feira, 25 de novembro de 2008

HÁ ALTERNATIVA, SENHOR REPRESENTANTE DA REPÚBLICA

Tenho pelo Senhor Representante da República, Juíz Conselheiro Monteiro Dinis, mais do que pela função que desempenha, consideração e estima. Com ele estive reunido algumas (poucas) vezes e sempre me ficou a ideia de um Homem culto, conversador, abrangente e que não olha para o relógio quando o diálogo vai longo. É um conversador nato que desliza muito para além do propósito de uma qualquer audiência. Porém, como já tive a oportunidade de referir, politicamente, não gostei da sua intervenção aquando da última crise parlamentar. Talvez tenha sido mais vítima do que culpado pelo silêncio do Presidente da República, a quem deveria competir uma tomada de posição. Mas adiante...
Desta vez, uma sua declaração ao Semanário Sol, fez beliscar e de que maneira a dita consideração pelo Senhor Juíz Conselheiro. Afirmou: "(...) Não sou eu nem o senhor Presidente da República quem pode resolver estas crises. É o povo madeirense. E o povo madeirense, quando chega às eleições, não tem alternativas e mantém o mesmo partido no poder".
Senhor Represente da República: o Povo não tem alternativas?
Tem Senhor Representante, olhe que tem e o Senhor sabe tão bem quanto eu que elas existem. Basta olhar, na parte do partido a que pertenço, desde logo nas candidaturas autárquicas, quantas excelentes equipas têm sido apresentadas em vários concelhos da Madeira, onde sobressaem as que se candidataram ao Funchal. Vasculhe e verá. E quantos excelentes programas têm sido divulgados em todas as áreas. E à Assembleia Legislativa, Senhor Representante, quantas listagens de candidatos a Deputados, contemplando um vasto leque de gente formada, abrangente no conhecimento e capazes de, políticamente, assumirem responsabilidades governativas? Quantas?
Há alternativas, Senhor Representante. O que os partidos não podem resolver, por insuficiência de meios, é mudar um estado de menoridade cultural, esta anestesia colectiva paulatinamente fabricada, uns por interesses materiais, outros, porque não conseguem cruzar a informação disponível. O que os partidos não conseguem é comprar consciências através da subsidiodependência, não conseguem romper com o controlo absoluto de todo o associativismo. O problema reside aí. Reside também num Estado fraco e em Órgãos de Soberania que tantas vezes ofendidos consideram, hoje, a Madeira um caso perdido. Tenhamos em consideração, por exemplo, o que fez o Senhor Presidente da República na sua última passagem pela Região. Não participou numa sessão solene na Assembleia, teceu elogios ao Presidente do Governo quando sabe o que aqui se passa. Todos se encolhem e ninguém tem coragem de dizer Basta!
Há alternativa, Senhor Representante da República, apesar de tudo o que se passa na Assembleia Legislativa, das ofensas, dos chumbos a projectos importantes, apesar de uma maioria mal preparada para aceitar o jogo da democracia. Há alternativa, não duvide.

3 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Professor

Claro que há alternativa!
Para isso, toda a oposição teria de perceber que, em primeiro lugar,havia que desbloquear o garrote que o partido do Bispo Santana implantou nesta desgraçada Região.
Os cidadãos com alguma formação política, há muitos anos, desejam que as várias forças partidárias, em vez de olharem para o seu próprio umbigo,se encontrem e,superando as naturais divergências emanentes dos respectivos projectos,conjuguem esforços que conduzam a uma dimensão democraticamente aceitável, a aberração maioritária que tomou de assalto o que a todos deveria pertencer.
Aqui louvo a atitude dos Partidos que,no dia de ontem, marcaram uma digna posição, ao recusar a participação na hedionda farsa de comemorar uma data que, em rigor, não pode ombrear com a grandeza do Dia da Liberdade. Dia esse que os "anfitriões" da Assembleia, caricaturada de Regional,tudo fazem por menosprezar e vilipendiar.
Assim,ao invés do que possam pensar os oposicionistas que, com a sua presença, avalisaram o acinte...saem muito mal na fotografia.
A versátil agilidade de actuação, imprescindível no execrável panorama político, não mora aí.
Digam o que disserem.
Uns,por pura hipocrisia;outros, por dogmático e esclerosado sectarismo;outro,insuportavelmente lamechas,por mal disfarçado revanchismo,transforma a sua Terra em viscosa lama.
Quem sabe se o "zelo" não lhes sairá caro?!
Lá que era muito bem feito, era!
A ver vamos...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Eu também entendo que sim, da necessidade de uma convergência de esforços. Sempre defendi isso como pressuposto fundamental, num primeiro momento, ganhar o poder e corrigir os desvios de que esta pseudo-democracia padece. Olhar apenas para dentro e esquecer-se que, isolados, só damos trunfos à continuação do sistema, parece-me não constituir a melhor estratégia.
O meu tempo está a passar e a outros competirá definir as linhas de um futuro que me parece cada vez mais sombrio.

Unknown disse...

Ontem a comemoração do 25 de novembro foi só meia hora.Será que no final da "discussão?" do orçamento ,quando sua senhoria, o D.AJJ, botar palavra,se a oposiçao saísse do emiciclo,o discurso durará as tais duas hora ou mais?,sería engraçado presenciar tal fenónemo (se é que viesse a acontecer).Cumprimentos e parabéns pelo seu artigo.Continue com esta genica,porque "devagar a água chega ao seu moinho".