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sábado, 15 de novembro de 2008

CHEFES JOGADORES

Duas notas:
1ª Era e é sensível o desconforto de muitos Deputados do PSD relativamente ao seu posicionamento global do grupo parlamentar. Eu que estou sentado na terceira fila do hemiciclo, de frente para a maioria, quantas vezes vejo, alguns, com subtis manifestações de concordância com a oposição relativamente à argumentação de determinados diplomas! Acenos de simpatia que transbordam pelo conhecimento que têm de alguns dossiês. Esses comportamentos são indisfarçáveis, daí que a notícia avançada hoje pelo DN, de uma rotura entre os Deputados Coito Pita e Jaime Ramos, pelo menos para mim, não trouxe nada de novo. Só que, neste processo, e esta é a minha análise política, entendo que há dedo de "chefe" nesta atitude. A frontalidade, certamente, assume contornos mais vastos, tem implicações ao nível da gestão interna de grupos, porque não é crível, no actual contexto político, alguém atrever-se, à margem do "chefe", a gerar uma séria clivagem na liderança do grupo parlamentar. Aproximo-me da tese de dividir para reinar e, olhando para a História, todos sabemos também que "não há almoços grátis".
O que me parece inequívoco é que o PSD, por via da sua prática política de governo está atolado em mil e uma situações muito complexas que o debate do Orçamento virá colocar a nu, mas também o está no campo das relações políticas inter pares. A falência política está aos olhos de quem acompanha o dia-a-dia da Região. A degradação é política e repercute-se nas relações pessoais. Já não há volta a dar pelo que este pode ser o princípio do fim deste ciclo político. Depois de 32 anos é tempo do Povo dar uma oportunidade a outros para que a Região não mergulhe numa situação de difícil recuperação económica, social e cultural.
De forma muito célere o Presidente da República veio a terreiro (e bem) chamar à atenção para as mais recentes atitudes dos alunos resultantes de manifestações públicas de muito mau gosto. Há maneiras de demonstrar a indignação sem ultrapassar os limites da boa educação. Só que temos um Presidente da República que se cala, não aparece, não comunica, não chama a atenção face a casos, também eles muito preocupantes, do foro da garantia "do regular funcionamento das instituições". As situações vividas nas últimas semanas no Parlamento Regional, conjugadas com tantas outras da vida política madeirense, não foram suficientes para uma tomada de posição no quadro das suas responsabilidades políticas. Porque será? Por medo, incapacidade, jogo político, interesses, enfim, tenho de o suportar até ao final do mandato!

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