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sábado, 8 de novembro de 2008

TEM A PALAVRA O PRIMEIRO-MINISTRO

Pela segunda vez, num intervalo de oito meses, reunir em Lisboa mais de 100.000 professores, é óbvio que tal situação tem, necessariamente, uma leitura política. Na primeira, podem alguns dizer que os professores reagiram ao Ministério mais por emoção do que com razão. Passados estes meses, repetir e aumentar os números da participação só pode ter a leitura, precisamente a de que os professores de todo o País, inclusive, os das Regiões Autónomas, não aceitam o que se está a passar. É este quadro que conduz, necessariamente, a uma leitura política. E essa, por uma questão de respeito para com o Partido Socialista (que é muito mais que a Ministra da Educação), para com os professores e, finalmente, para com os eleitores, entendo eu, deveria conduzir à dignidade política da Ministra colocar o seu lugar à disposição do Primeiro-Ministro. De resto, toda a equipa ministerial. Muito mal vamos quando uma socióloga não entende as repercussões políticas deste tipo de manifestações de uma classe, as razões que as justificam e os prejuízos eleitorais associados. Lamento ter de assim escrever. O Dr. Correia de Campos, ex-Ministro da Saúde, por muito menos, afastou-se ou foi afastado. Alguma coisa terá de acontecer. Esta é a minha convicção.
Mas por aqui, o problema é o mesmo. Esta Secretaria Regional da Educação está mergulhada numa total ineficácia. Há uma maioria silenciosa de professores que, pelos contactos que mantenho, anda ansiosa e desejosa de explodir. Só que, a pressão exercida sobre as escolas, sobre os Conselhos Executivos e sobre os professores, pelas mais ínfimas e subtis razões, gerou nos estabelecimentos de ensino o medo de dizer BASTA. Mas que o desconforto anda por aí, por Estatuto Regional da Carreira Docente absolutamente ineficaz, na maioria dos artigos cópia do Estatuto Nacional, disso só a equipa da Secretaria Regional da Educação não percebe. Mas vão ser responsáveis, tarde ou cedo, pelas políticas erradas que andam a produzir, as quais se traduzem em vergonhosas posições nos "ranking's" nacionais.

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