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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O DESASTRE REGIONAL DO SISTEMA EDUCATIVO

O "Público" de hoje, inclui um caderno de 56 páginas sobre os "ranking's das escolas. Não vou repetir a minha posição sobre listagens desta natureza. Apenas repito que constitui um indicador que nos deve levar a reflectir e equacionar a Escola em termos organizacionais, curriculares e programáticos. E mais do que isso, a Escola nas suas relações com os ambientes económico, social e cultural da sociedade madeirense. No essencial, o que é que está a acontecer nos sistemas político e social. Repito isto para que fique clara a minha posição sobre esta matéria, e dela não se possa inferir o mínimo aproveitamento político de uma questão que é muito séria e muito preocupante.
Conhecidas que eram as "classificações" do Ensino Secundário, o meu interesse foi o de analisar as posições das escolas madeirenses do Ensino Básico. E os resultados apurados, no conjunto das 1292 escolas básicas do País, não deixam margem para dúvidas que alguma coisa tem de ser feita.
Dos 30 estabelecimentos de ensino referenciados e dividindo o total das escolas por 3 grupos (0-430; 431-860 e 861-1292) encontramos o seguinte resultado:
  • 1º Grupo (0-430) - 05 escolas
  • 2º Grupo (431 - 860) - 09 escolas
  • 3º Grupo 861 - 1292) - 16 escolas

Acresce dizer que, no terceiro grupo (16 escolas), existem 12 colocadas acima do lugar 1000 correspondendo esta classificação à posição que ocupam independentemente do número de provas realizadas. Isto porque o "Público" estabelece, ainda, um "ranking" (R2) por escolas onde foram realizados pelo menos 50 exames. Há diferenças de posição mas não são muito significativas. Um outro aspecto interessante, pela positiva, é a posição do Externato Apresentação de Maria em 16ª lugar. Mas trata-se de um colégio de natureza privada (julgo que ainda é) e, portanto, esse aspecto deve ser tomado em consideração.

Ora, perante resultados destes, onde 20 escolas da Madeira (em 30) numa classificação de 1 a 5, obtiveram nível inferior a 3 (negativo) é caso para perguntar se isto, só por si, não deve ser motivo de aprofundada reflexão e de crítica política, numa Região Autónoma, onde a Educação está regionalizada, tem orçamento próprio e tem autonomia organizativa e gestionária própria. Não brinquem com coisas sérias. E, já agora, pensem também nisto, na responsabilidade da governação regional a montante do sistema educativo:

Se a sociedade está errada a Escola não pode estar certa!

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