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sexta-feira, 26 de março de 2010

ANO EUROPEU DE COMBATE À POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

Afinal, quantos são os pobres na Madeira: 10.000, 23.000 ou 75.000? Compete ao Governo estudar e não brincar com um assunto muito sério.

Umas obras (muito "obra" este governo) anunciadas pelo Secretário dos Assuntos Sociais, um lar aqui e outro ali, uns milhões para o funcionamento das instituições (era o que faltava não serem financiadas) e, ponto final.
O que eu espera ouvir do governo, na abertura oficial do "Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social" não era um rol de mercearia com obras para inaugurar em 2011, quando este governo for a eleições. O que eu espera ouvir era um discurso profundo sobre as razões da pobreza e da exclusão, quantos é que estão nessa situação e como é que o governo pretende inverter este quadro dramático.
Não sendo a pobreza uma fatalidade, importava perceber o estado a que chegámos, as eventuais mudanças de paradigma e quais as políticas susceptíveis de alterar, a prazo, a fome, a miséria económica social e cultural que caracteriza a Região. Para o Secretário dos Assuntos Sociais, a pobreza ronda os 4%; para o presidente do governo é cerca de 8 a 10% e nos trabalhos científicos de várias personalidades apuraram-se valores entre os 30 a 32% da população. Para o Secretário serão, aproximadamente, 10.000 os pobres; para o presidente cerca de 23.000 e para os estudos académicos cerca de 75.000. Uma coisa é certa, pelo menos os números apresentados pelo Secretário não estão certos, se em consideração tivermos o facto de 30.000 serem pensionistas com rendimentos abaixo do salário mínimo nacional.
Este é um assunto muito sério que não pode ser menorizado por discursos de circunstância e pelo tal rol de obras que vão contemplar algumas centenas.
Já ficaria minimamente satisfeito se o Secretário prometesse a realização de um estudo sério à pobreza e à exclusão, luta que o meu Amigo Dr. Bernardo Martins, na Assembleia, há tantos anos solicita mas em vão. Só a partir daí será possível definir um rumo, projectar políticas, gerar prioridades, definir políticas orçamentais e caminhar no combate a esta chaga social.
Enumerar obras é próprio de quem não tem sensibilidade para as questões sociais e de quem apenas deseja atribuir aos que pouco ou nada têm as migalhas do orçamento.
É uma "chatice" haver pobres... mas existem, Senhor Secretário!

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