Um dia, porque tudo tem o seu tempo, esta maioria ruirá e, aí, questiono, que exigências vão fazer a quem tiver a legitimidade de governar?
Constrange-me o facto do primeiro órgão de governo próprio fugir, como o diabo da Cruz, dos debates propostos pelos partidos da oposição. Aliás, no caso concreto dos trágicos acontecimentos de 20 de Fevereiro, deveria ser o próprio governo a disponibilizar-se para debater as causas e as consequências do temporal. Mas ao contrário do que seria expectável em regime democrático, o governo refugia-se, passa como gato sobre as brasas, tenta sacudir responsabilidades com o natural apoio da sua bancada parlamentar. Hoje, aconteceu o mesmo: os pedidos de urgência de um debate sobre a tragédia ficaram pelo caminho. A urgência não se justifica - dizem.
Tenho uma opinião diferente, isto é, a oportunidade é óbvia. Neste processo há que separar três aspectos: primeiro, o consistente apoio diário às vítimas (pessoas e empresas) solucionando os dramas que a tragédia trouxe; segundo, reconstruir o que a força das águas arrastou; terceiro, debater, politicamente, esta questão, porque existem responsabilidades, repito, políticas, por muitas situações que derivam, sobretudo, de uma deficiente organização territorial. E quem tem responsabilidades não pode nem deve abrigar-se na falaciosa argumentação de que as pessoas o precisam é de apoio e não de debates. Nunca persegui, não persigo e jamais perseguirei seja quem for e, por isso mesmo, politicamente, nunca andei, não ando e nunca andarei à procura de casos para tentar esmagar seja lá quem for. O que defendo é, perante uma situação tão grave quanto esta, com 42 mortos, mais os desaparecidos, mais o somatório de consequências ao nível das pessoas, dos bens e do tecido empresarial rudemente afectado, não se discuta, em local próprio, as causas que, obviamente, estão muito para além da precipitação daquela trágica manhã. É ali, na Assembleia, que, politicamente, repito, o assunto deve ser debatido. Com elevação e responsabilidade, obviamente que sim. Afinal, pergunto, para que serve aquela casa?
Tenho uma opinião diferente, isto é, a oportunidade é óbvia. Neste processo há que separar três aspectos: primeiro, o consistente apoio diário às vítimas (pessoas e empresas) solucionando os dramas que a tragédia trouxe; segundo, reconstruir o que a força das águas arrastou; terceiro, debater, politicamente, esta questão, porque existem responsabilidades, repito, políticas, por muitas situações que derivam, sobretudo, de uma deficiente organização territorial. E quem tem responsabilidades não pode nem deve abrigar-se na falaciosa argumentação de que as pessoas o precisam é de apoio e não de debates. Nunca persegui, não persigo e jamais perseguirei seja quem for e, por isso mesmo, politicamente, nunca andei, não ando e nunca andarei à procura de casos para tentar esmagar seja lá quem for. O que defendo é, perante uma situação tão grave quanto esta, com 42 mortos, mais os desaparecidos, mais o somatório de consequências ao nível das pessoas, dos bens e do tecido empresarial rudemente afectado, não se discuta, em local próprio, as causas que, obviamente, estão muito para além da precipitação daquela trágica manhã. É ali, na Assembleia, que, politicamente, repito, o assunto deve ser debatido. Com elevação e responsabilidade, obviamente que sim. Afinal, pergunto, para que serve aquela casa?
Não faz sentido algum a fuga ao debate. A fuga, ela própria, significa que existe uma deliberada intenção de esconder o problema. E nós não o devemos ignorar, até pela necessidade de gerar esclarecimentos, entendimentos e posturas políticas que minimizem, no futuro, situações desta natureza. Esta não foi a primeira e, certamente, não será a última. Portanto, enfrentar os problemas só dignifica e demonstra capacidade governativa e tranquilidade de consciência pelo trabalho governativo realizado; fugir a sete pés e remeter-se a uma dinâmica apenas reactiva ao drama, parece-me própria de algum peso político nessa consciência.
A Democracia, seja qual for a correlação numérica das forças em presença, exige que o poder respeite as diversas opiniões e delas recolha os eventuais ensinamentos no sentido de uma melhor governação. Não respeitar este princípio significa que podemos estar em presença de uma Democracia musculada ou de uma ditadura formalmente travestida de tons democráticos. E assim não vamos longe. É pena. Um dia, porque tudo tem o seu tempo, esta maioria ruirá e, aí, questiono, que exigências vão fazer a quem tiver a legitimidade de governar?
1 comentário:
A figura postada transmite a verdade sobre o que é e para que serve a assembleia regional.Dar de mamar pura e simplesmente a muita gente!
Cumprimentos
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