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sábado, 24 de julho de 2010

CONTRA UMA CULTURA ENRAIZADA



Seja como for, estou atento, porque entendo que basta de pequenas conflitualidades conceptuais e de palavras que dizem não dizendo.


Tenho como princípio, aliás, que sempre me acompanhou, o de saber utilizar bem os dois ouvidos e um boca. Isso sempre me levou a escutar mais do que falar. Ouvindo aprende-se. Aprende-se até com os que dizem asneiras. Porque esses provocam novas interrogações, no mínimo, conduzem ao porquê daqueles que, para mim, são disparates. Normalmente as interrogações levam-me a reflectir e não bastas vezes a confirmar a falta de sentido e a ausência de bom senso daquilo que vou ouvindo e lendo.
Já passei pelo tempo de falar mais do que escutar. Confesso que aprendi com os erros. E a verdade é que tenho vindo a ler disparates políticos que não esperava. Ou, pensando melhor, expectáveis, quando a idade e a falta de elementos mais estruturados a isso conduz. Mas temos de conviver com isso, no meu caso, nos vários patamares da intervenção política. É por isso que, quando estou no centro de uma reunião, normalmente assumo o papel de lançador de dados que me interessam ouvir e, só depois, produzo a síntese. Não por uma questão de ser mais confortável para mim, mas porque respeito a diversidade das opiniões. Não gosto de condicionar logo à partida.
O problema é que há por aí quem se julgue portador da verdade e isso complica a relação, a confiança, a coordenação do trabalho de todos em prol de um único objectivo. Não sei se por inocência, por intenção ou cultura própria enraizada por anos e anos de uns contra os outros e não com os outros. Seja como for, estou atento, porque entendo que basta de pequenas conflitualidades conceptuais e de palavras que dizem não dizendo. No caso concreto do grupo parlamentar a que tenho a honra de liderar, vamos continuar a produzir cada vez mais, nos sectores, áreas e domínios prioritários da governação regional, conduzidos por uma espécie de cordão umbilical ao Partido, no que concerne aos princípios e valores que determinam a sua existência. Trata-se de um trabalho para o Povo que só será sensível com o passar do tempo e pela interiorização da mensagem.
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

António Trancoso disse...

Meu Caro André Escórcio

Ou,"não dizendo",salvaguardar-se-ia a mais ridícula das incoerências!
Vem isto a propósito do que vi e ouvi, ao actual Presidente do PS-M, acerca do recente dictat do Iluminado.
Fiquei siderado!!!
Estava eu convencido que o meu País assentava,constitucionalmente,num Estado Laico, e, não confessional à semelhança dos lamentáveis exemplos fundamentalistas talibãs!!1
O laicismo estatal, do meu ponto de vista,deve garantir a Isenção e o Respeito pelas convicções religiosas individuais.
Neste domínio,não há,nem pode haver,maiorias ou minorias.
A relação, ou a sua ausência, com o Divino é, estritamemente,Individual.
Assim,decretar a implantação de símbolos religiosos em qualquer Estabelecimento Público, constitui uma violência, sem limites, a todo o cidadão que daqueles, legitimamente,não comungue ou professe.
Que o PSD-M queira pagar a factura do Poder, em dívida, ao Bispo Santana e sucessores,entende-se...
Mas, o PS...!?!

Pica-Miolos II disse...

Senhor Professor

Nestes últimos dias tenho vindo a este seu blog, ansioso pela resposta que costuma dar aos comentários,e, designadamente,ao que o sr. Trancoso colocou sobre a imposição de crucifixos nas Escolas. E,nada!
Cá para mim,parece-me que neste caso se aplica o velho aforismo:
"Bem com o Rei,por mal do Povo;bem com o Povo,por mal do Rei."
Desculpar-me-á se estou a ser injusto...

André Escórcio disse...

Obrigado por ambos os comentários.
A resposta que buscam, terei muito prazer de a dar em encontro pessoal.
Com o devido e grande respeito, o meu Amigo é mesmo um Pica-Miolos.