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terça-feira, 5 de outubro de 2010

CONSELHEIRO DE ESTADO OU CANGALHEIRO DE ESTADO?


É evidente que qualquer pessoa, com um mínimo de atenção, percebe o que ele pretende com aquelas palavras. No essencial, precisa que lá o governo mude como hipótese de, tarde ou cedo, alguém lhe deitar a mão ao desastre que aqui criou. É um problema de dinheirinho, do tipo paga-me a solidariedade que te dei!


Anda o Presidente da República, como lhe compete, a tentar a aproximação entre os partidos no sentido da aprovação do Orçamento de Estado, pedindo que encontrem, através do diálogo e da negociação os caminhos da sua viabilização e, por aqui, o presidente do governo sublinha estar confiante de que o PSD nacional vai chumbar o Orçamento de Estado socialista no parlamento nacional e fazer cair o Governo. Para um Conselheiro de Estado, digamos que tal posicionamento se aproxima mais de um "cangalheiro de estado".
Todos reconhecemos as dificuldades do País e que uma situação de maior turbulência do que aquela que já existe, só irá gerar problemas ainda mais complexos. Ainda por cima quando se aproximam as eleições para a Presidência da República. Não será, certamente, de bom senso, fazer um governo cair no actual contexto político e quando temos sobre todos nós os olhares das instituições e mercados internacionais. Pode, obviamente que sim, haver um tempo para colocar em causa o governo, todavia, certamente, que não este. Simplesmente porque o quadro é muito sério e tal como dizia o Dr. Mário Soares, ex-Presidente da República, se bem o compreendi, o momento exige que alguém domine os dossiês e que não é um qualquer que chega, vê e ultrapassa os problemas. Precisa de muito tempo, coisa que neste momento escasseia. Por isso, vivemos um tempo de concertação, de diálogo e de muita negociação. Deveria ser esse o apelo do presidente do governo regional. Mas, não, o seu apelo é o da "guerra", como se não tivesse espelho para ver em que estado se encontram as finanças públicas regionais.
É evidente que qualquer pessoa, com um mínimo de atenção, percebe o que ele pretende com aquelas palavras. No essencial, precisa que lá o governo mude como hipótese de, tarde ou cedo, alguém lhe deitar a mão ao desastre que aqui criou. É um problema de dinheirinho, do tipo paga-me a solidariedade que te dei! Ora, enquanto assim for, nada feito. Apenas, continuará a descredibilização dos políticos, particularmente a dele, que se transforma assim em um cangalheiro de estado ao invés da notoriedade e responsabilidade que incumbe a um Conselheiro de Estado.
Ilustração: Google Imagens.  

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