A civilidade e atitude democrática na actuação do PS, contrastam, assim, com a arrogância de quem se julga dono do Parlamento, dos Deputados e da população. Mas esse é um problema que o PSD e a população da Região, tarde ou cedo, terão de resolver. A nós compete-nos, apenas, debater com argumentos através do conhecimento dos dossiês da governação.
Há dias, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD-M, o Senhor Deputado Jaime Ramos acusou o Grupo Parlamentar do PS de "arruaceiro e sem princípios" de pretender "denegrir" a imagem do Parlamento e "descredibilizar" os deputados social-democratas. Tudo, sublinha o líder parlamentar do PSD-M, com "o habitual apoio da comunicação social".
Uma tristeza, digo eu, quando é público e notório que quando ele lá não está, o debate lá se vai fazendo, embora com todas as limitações regimentais. Quando, muitas vezes, a meio da sessão, comparece, normalmente o caldo entorna-se. Volta-e-meia surge o disparate, a "boca" deselegante, o requerimento inoportuno e a ofensa que coloca muitos dos senhores deputados do próprio PSD de cara baixa. É isto o que acontece no Parlamento. E o Senhor Deputado Jaime Ramos sabe que assim é, que tem uma tendência para a desestabilização, que isso faz parte do seu ADN político e, por isso mesmo, aproveitou as jornadas parlamentares do seu grupo para colocar nos outros os seus próprios comportamentos.
Bom, mas quando o Grupo Parlamentar do PSD passa as jornadas a discutir o Grupo Parlamentar do PS, denuncia, claramente, que não tem nada para oferecer ao Povo da Madeira. Esse é que me parece o aspecto mais relevante. De resto, é evidente que sabemos que há desconfortos por parte do Senhor Deputado Jaime Ramos, porque à sistemática ofensa gratuita, à arruaça e ao insulto, temos respondido com a elevação, o conhecimento, com projectos portadores de um melhor futuro para a Madeira. Com alma, sim, com falta de educação, não. A civilidade e atitude democrática na actuação do PS, contrastam, assim, com a arrogância de quem se julga dono do Parlamento, dos Deputados e da população. Mas esse é um problema que o PSD e a população da Região, tarde ou cedo, terão de resolver. A nós compete-nos, apenas, debater com argumentos através do conhecimento dos dossiês da governação.
Não compete ao Grupo Parlamentar do PS imiscuir-se na sensível agitação interna sensível no grupo parlamentar do PSD, onde deputados com influência política deixaram de a ter, tornando a liderança da bancada bicéfala e obrigando os seus pares a contribuírem para essa agenda familiar. Mas esse problema, desconfortante para quem foi eleito e que faz da política um exercício de seriedade, repito, é ao PSD a quem diz respeito solucionar.
Da minha parte, enquanto responsabilidades tiver, não vou permitir o insulto porque entendo que o Parlamento é um lugar de respeito pela diferença ideológica e programática, pelo que o grupo parlamentar do PS continuará a apresentar aos madeirenses e porto-santenses, os projectos que entende serem os que melhor se adequam ao desenvolvimento e bem-estar das populações.
No início desta sessão legislativa deixo um conselho: o Senhor Deputado Jaime Ramos discuta com elevação, o que implica educação e respeito pelos outros, preocupe-se com a coesão do seu grupo e, porque é pago para isso, apresente propostas que conduzam o governo a governar no campo do emprego, da pobreza, das políticas sociais, das políticas de saúde, da solução dos problemas dos empresários, na solução para a monstruosa dívida, enfim, tem muito por onde fazer e deixe-nos da mão.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Quando não se tem vergonha, ou quando estamos na letargia do esquecimento, podemos dizer tudo. Coitados dos que ouvem, pois quem diz fica aliviado.
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