Neste dia do Homem e da Mulher no Outono da Vida, aqui fica a palavra que exprime um sentimento de revolta pela estupidez humana, pela ausência de solidariedade e pela incapacidade de um governo regional que nem um cêntimo do Orçamento Regional a eles destina.
Hoje, Dia Mundial do Idoso. Vejo-os por aí, uns arrastando-se, outros, à volta de um jogo de cartas, mais além, no refúgio de uma refeição quente, porventura a única do dia, acolá, na farmácia, deixando na prateleira os medicamentos que falta fazem, nos hospitais, estendidos em macas, os das altas problemáticas, agora designados por qualquer coisa parecida com "domicílios virtuais", na rua, muitos, abandonados, dormindo onde calha, nas paróquias e centros assistenciais, matando a fome, por entre casebres e escadas íngremes, os acamados ou de mobilidade reduzida, enfim, neste dia do Homem e da Mulher no Outono da Vida, aqui fica a palavra que exprime um sentimento de revolta pela estupidez humana, pela ausência de solidariedade e pela incapacidade de um governo regional que nem um cêntimo do Orçamento Regional a eles destina.
Nos Açores, 24 milhões são inscritos para um complemento de pensão, apoio medicamentoso e abono de família. Aqui, esta AUTONOMIA de palavras atribui zero. Derrama-se esse dinheiro pelo desporto profissional com dois estádios a custarem cerca de 100 milhões de euros, em marinas que não funcionam, em novos Templos não necessários e em tanta e tanta obra sem retorno económico e social. Os idosos, aqueles que vivem com pensões de miséria, aqueles que levaram uma vida a comer o pão que o diabo amassou, não contam com uma assumida solidariedade que atenue, de forma substantiva e não mitigada, a dificuldade, a fome e a doença. Um Governo que não olha para as crianças e para os idosos é um governo com um elevado grau de indignidade. Basta ir às escolas e conhecer os problemas ou, então, visitar os hospitais e conhecer os dramas. Saiam do gabinete e vão lá perceber a realidade.
Ilustração: Google Imagens.
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