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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"O NOSSO HOMEM EUROPA"



Se a isto se chama sucesso europeu, por favor, Senhor Presidente, como vulgarmente se diz, vou ali e já volto. Porque o sucesso e coesão económica e social julgo que não se mede por quilómetros de via construída ou pelo número de túneis, mas por outros indicadores de maior relevância no bem-estar da população. Tal como outros, veio aqui fazer o frete.

A cartilha do político profissional determina que fale de acordo com a plateia que o escuta. Foi o que o Presidente da Comissão Europeia, Dr. Durão Barroso, fez ontem, pela manhã, ao salientar que a Região Autónoma da Madeira é "um dos melhores exemplos" do sucesso da política de coesão económica e social da Europa, elogiando a sua evolução económica (...) considerando que este é "um bom exemplo do que pode fazer a União Europeia em termos de coesão económica, social e territorial em termos de solidariedade". Ora, só pode ter vindo aqui fazer o elogio a um amigo de partido. Veio à Madeira elogiar o Governo Regional liderado pelo Dr. Alberto João Jardim - "que está no poder desde 1978", tornando-se "o líder democrático há mais tempo no poder em toda a Europa". Como se isso fosse um bom indicador. Do meu ponto de vista, no plano democrático, o Presidente da Comissão Europeia deveria ler esta situação com alguma preocupação.  Veio aqui para não ver, apesar dos milhões que entraram, que a pobreza atinge valores dramáticos, que o desemprego coloca 15.000 em permanente aflição, que a dívida pública já atinge os seis mil milhões e que o estádio cultural deixa muito a desejar. Se a isto se chama sucesso europeu, por favor, Senhor Presidente, como vulgarmente se diz, vou ali e já volto. Porque o sucesso e coesão económica e social julgo que não se mede por quilómetros de via construída ou pelo número de túneis, mas por outros indicadores de maior relevância no bem-estar da população. Dir-se-á, então, que tal como outros veio aqui fazer o frete. Aliás, aquelas declarações acabam bem por ser o espelho de uma Europa a várias velocidades e a braços com uma crise muito complexa.Tenho muitas reservas sobre o Presidente da Comissão Europeia. Li, há tempos, e aqui reproduzi, uma entrevista a Daniel Estulin, um dos principais activistas e denunciadores do Clube Bilderberg, que não pode ser mais clara. Salienta Daniel Estulin: "(...) Ao poderio e influência de Bilderberg e ao facto de ser um clube predominantemente europeu e americano, torna-se importante compreender que é irrelevante quem ocupa a cadeira de presidente da Comissão Europeia. Durão Barroso representa os interesses do "governo mundial". Tanto Kissinger como Rockefeller apoiaram energicamente a candidatura de Durão Barroso para aquele posto. Barroso também foi amplamente apoiado pelos bilderbergers americanos em Stresa, por este ter apoiado a intervenção americana no Iraque. No entanto, Durão foi resguardado. (...) O consenso na altura foi no sentido de não considerar Durão Barroso um verdadeiro participante na cimeira. Agora, começa tudo a fazer sentido. Ele foi afastado para tornar a sua nomeação para a Comissão Europeia mais apelativa. Desta forma, ele não fica ligado ao fiasco iraquiano. Outro dos apoiantes de Barroso foi John Edwards, candidato a vice-presidente dos EUA, com John Kerry, que também esteve presente nas reuniões de Bilderberg. Como nota de referência, tenho relatórios de várias fontes internas da reunião de Bilderberg que referem a fraca capacidade oral e a fraca personalidade de Barroso. Decidiu-se mesmo limitar as suas aparições em público ao mínimo. Kissinger, um membro permanente de Bilderberg, chegou ao ponto de o chamar, "off the record", "indiscutivelmente o pior primeiro ministro na recente história política. Mas será o nosso homem na Europa". Esta entrevista foi publicada no "Semanário". Por isso e por muitas outras apreciações, não dei nem dou relevância às palavras ditas ontem na Madeira, pelo Presidente da Comissão Europeia. Apenas folclore político em meia dúzia de horas!
Ilustração: Google Imagens.

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