Continuam a brincar com o Homem e com os seus direitos. Leio no Público on-line que "depois de quatro anos de negociações, os ministros europeus aprovaram hoje uma Directiva do Tempo de Trabalho, chegando a acordo sobre a possibilidade de prolongar a semana de trabalho das actuais 48 horas até às 65 horas, se assim o entenderem o funcionário e a empresa".
Evidentemente que o documento ainda tem de ser votado no Parlamento Europeu. Mas meio caminho está andado. Isto significa que um trabalhador, no caso de cinco dias de trabalho e dois de descanso, possa vir a trabalhar uma média de 13 horas por dia; no caso de, apenas, um dia de descanso, 10,8 horas por dia. E a Comissão Europeia, liderada pelo Dr. José Manuel Barroso, sublinha que “este é um grande passo em frente para os trabalhadores europeus e reforça o diálogo social". Definitivamente, este não é o meu reino!
E em tempos de crise e de perda de direitos, com o aceno do milagre da flexigurança, com a assunção da lei do despedimento por inadaptação, enfim, lá terão os trabalhadores, completamente apertados, entre a espada e a parede, de suportar a onda avassaladora deste neoliberalismo que de forma cega tudo esmaga. De que valeram 122 anos de luta, desde Chicago, em 1886? De que valeu lutar por oito horas de trabalho, oito de repouso e oito de lazer e estudo? O futuro dirá. A minha convicção é que a direita política europeia está a esticar o elástico em demasia. Tarde ou cedo ele vai ceder e aí, coitados dos políticos e dos grandes senhores que controlam todos os interesses. Família, educação dos filhos, lazer, cultura, saúde, qualidade de vida, uma ova! Para os dominadores interessa, apenas, a produção, o mercado e o lucro.
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