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domingo, 12 de setembro de 2010

URBANISMO: VIOLANTE MATOS EXPLICA O DRAMA DE FORMA NOTÁVEL


"À pala da questão do urbanismo e da localização dos equipamentos, fiquei admirada ao ouvir o comandante dos bombeiros dizer que a última coisa que pensava era ouvir a água bater no quartel da Ribeira Brava. Pois eu admira-me como é que o comandante dos bombeiros se admirou de ouvir a água bater. Era óbvio com o quartel no meio da ribeira"


A entrevista que a Jornalista Raquel Gonçalves fez à Bióloga Violante Matos é simplesmente notável. Não tanto pela novidade em função do que já sabemos, sobretudo para aqueles que acompanham o processo político, mas pela articulação dos conceitos, a sequência do pensamento, as constatações, o saber acumulado ao longo de anos, os alertas que ali são feitos. Deixo aqui um excerto da entrevista que vale a pena ler e reflectir.
"(...) Num território com as particularidades da Madeira, há que "saber como agimos, como actuamos, como planeamos, como urbanizamos, como deixamos ou não deixamos de construir", refere, salientando que tudo isto são medidas de prevenção, que devem ser acompanhadas de um plano de avaliação de riscos, de uma carta de riscos da cidade, e de um plano de prevenção de catástrofes. Tudo instrumentos que não existem, "aliás como se viu tanto no 20 de Fevereiro como nos incêndios".
"Deixemo-nos de tretas porque só está tudo bem quando a natureza não prega uma partida, porque quando ela estende a garra, percebe-se que está tudo mal".
Referindo-se ao 20 de Fevereiro, recorda que nem os telefones funcionaram, e essa era apenas uma das situações que não estavam previstas e que deviam constar de um plano sério de riscos.
"À pala da questão do urbanismo e da localização dos equipamentos, fiquei admirada ao ouvir o comandante dos bombeiros dizer que a última coisa que pensava era ouvir a água bater no quartel da Ribeira Brava. Pois eu admira-me como é que o comandante dos bombeiros se admirou de ouvir a água bater. Era óbvio com o quartel no meio da ribeira", ironiza, lembrando que quase todos os quartéis estão em zonas sensíveis (...)".
Ilustração: Google Imagens.

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