Pergunto, se as instituições cuja missão e vocação é a de acompanhar a desestruturação familiar, os desvios comportamentais e os casos de violência conhecida ou denunciada, não são co-responsáveis pelo que acontece? A questão fica aí, apenas como reflexão, nesta sociedade que pouco se rala com o homem e a mulher que vivem ao nosso lado, onde a distância não conta!
Duas notas:
1ª ASSUMIR RESPONSABILIDADES. Leio que o Senhor Presidente da Câmara Municipal do Porto Santo se diz disposto a assumir as suas responsabilidades. Ora bem, eu não falo de responsabilidades criminais, pois essas até me constrangem, porque nunca gostei nem gosto de ver alguém envolvido em situações dessa natureza. Sou assim e ponto final. Porque as pessoas têm família e, porque, no caso em apreço, a da palmeira que caiu e matou, que culpa directa ele teve? Mas esse é um assunto dos Tribunais e como disso nada sei nem me devo imiscuir, não comento. Comento sim, a responsabilidade política, em função do cargo que, por eleição, o Senhor Roberto Silva desempenha. Para mim, essa, é que está em jogo. A responsabilidade de não ter acautelado ou de ter menosprezado uma situação que, previsivelmente, poderia ser grave. E foi. E essa responsabilidade política só deveria ter merecido uma posição clara e inequívoca, no dia seguinte à tragédia: a demissão do lugar que ocupa. Isso significaria, aos olhos de todos, "assumir responsabilidades". Significaria um sinal de assumpção da responsabilidade política que seria, naturalmente, enaltecida por todos. Agora, penso que é tarde, mas está sempre a tempo. Tudo o resto, tudo aquilo que decorre dos problemas colaterais, de natureza judicial, lamento profundamente, repito, porque não gosto de ver pessoas em situação complicada de gerir.
2º VIOLÊNCIA FAMILIAR. Os crimes hodiondos repetem-se. Mata-se por nada. Mata-se por razões absolutamente fúteis, que bem analisadas as situações, perguntar-se-á, porquê? Dir-se-á que se repetem um pouco por todo o lado. Inclusive, crimes em série, que vitimam pessoas que estavam num determinado momento no sítio errado. Mata-se, por aqui, também porque não há o cuidado de acompanhar de perto os sinais de violência, as denúncias e as sinalizações. Todos, vamos tolerando até ao dia da tragédia. Até as instituições passam ao lado, embora cúmplices das situações. Se, no Porto Santo, o Senhor Roberto Silva poderá ser judicilamente visado, pergunto, se as instituições cuja missão e vocação é a de acompanhar a desestruturação familiar, os desvios comportamentais e os casos de violência conhecida ou denunciada, se não são co-responsáveis pelo que acontece? A questão fica aí, apenas como reflexão, nesta sociedade que pouco se rala com o homem e a mulher que vivem ao nosso lado, onde a distância não conta.
Ilustração: Google Imagens.
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