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terça-feira, 10 de maio de 2011

A CAMINHO DE UM TEMPO NOVO


Para a Madeira seria extraordinário que o PSD perdesse a maioria absoluta. Já não digo perder as eleições porque me parece, para já, muito difícil face à engrenagem que está montada, mas colocá-lo em minoria face ao conjunto da oposição no Parlamento. Tenho substanciais dúvidas se aguentaria muito tempo nessa situação, mas de uma coisa estou certo é que seria obrigado a se vergar, a dialogar, a ouvir e a negociar. A Região precisa, urgentemente, de acabar com esta claustrofobia política e com esta lógica de quero, posso e mando.


Tenho a clara sensação que o governo regional da Madeira está em pânico. Se conjugarmos o discurso político do presidente do governo, com os sistemáticos desconfortos na bancada parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa e com o retorno que vou tendo das pessoas com quem me vou cruzando no dia-a-dia, é meu entendimento que este ciclo político está a chegar ao fim.
Aliás, valendo o que vale, a informação que me chegou, já tem algum tempo, é que existem para aí duas sondagens, uma que dá ao PSD, em Outubro próximo, uma maioria absoluta pela diferença de um deputado e, outra, em que o PSD-M perde a maioria também por um deputado. Não sei se esta informação é verdadeira. No entanto, este quadro parece-me absolutamente sustentável. O embuste de 2007, criado em redor da Lei das Finanças Regionais, não se repetirá, disso estou certo. Daí que, o crescimento da oposição será natural, por um lado, porque as pessoas estão cansadas de um homem e de um partido esgotados e em quem não acreditam, por mais painéis temáticos que façam e por mais jogos de empurra para o Continente dos problemas que à Madeira compete resolver; por outro, porque é sensível o crescimento do voto de protesto em toda a Região.
Ora, se aquelas sondagens são verdadeiras, interessaria então conhecer as tendências de voto face aos partidos com representatividade ou não no actual parlamento. Para retirar a maioria absoluta a oposição precisa de atingir 24 deputados, isto é, mais dez do que agora soma. Tarefa difícil? Parece-me que não. Dependerá, estou convicto, exclusivamente, do Partido Socialista. Até que ponto conseguirá recuperar e atingir os altos níveis percentuais que já obteve em eleições anteriores. Isto, quando me parece certo que outros partidos poderão, por mérito em função do trabalho realizado e das suas propostas, ou pela via do voto de protesto, crescer com algum significado.
Para a Madeira seria extraordinário que o PSD perdesse a maioria absoluta. Já não digo perder as eleições porque me parece, para já, muito difícil face à engrenagem que está montada, mas colocá-lo em minoria face ao conjunto da oposição no Parlamento. Tenho substanciais dúvidas se aguentaria muito tempo nessa situação, mas de uma coisa estou certo é que seria obrigado a se vergar, a dialogar, a ouvir e a negociar. A Região precisa, urgentemente, de acabar com esta claustrofobia política e com esta lógica de quero, posso e mando. Da minha parte, não se trata, sequer, de um mero desejo político-partidário, mas de uma necessidade de encontrar novos actores políticos, novas referências com credibilidade política, técnica e social, capazes de recentrarem os interesses do Povo da Madeira, os quais estão muito para além do paleio que este governo regional alimenta. Tudo isto, todo este quadro político terá de ser reestruturado, as dinâmicas programáticas reanalisadas, criando-se as condições necessárias para que a economia se fundamente na confiança e para que a verdadeira educação venha a gerar ganhos na conquista do futuro.
Ilustração: Google Imagens.

2 comentários:

André Loja disse...

Também acredito, como diz, que os laranjas vão perder a sua maioria. Tenho é algumas dúvidas se será já em Outubro ou se ficará adiado para uma próxima. O que é certo é que quando isso acontecer esperam-se tempos difíceis e de muita luta. Especialmente dentro das hostes laranja já que as guerras internas e externas irão explodir! No entanto, será um passo necessário e inevitável. Felizmente!

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Tem toda a razão. Esse novo tempo ou ciclo terá de contar com pessoas serenas, com uma grande capacidade técnica e política para suportar a pressão. Não serão tempos fáceis.