E se ganhar a direita mais à direita? A do FMI ainda mais FMI do que o próprio FMI? Não é o povo que perde? A que já se deleita com as privatizações para as quais lhes abriram as portas? A direita que dispara em todas as direcções, sem pudor. A direita que se afirma como nova, desfasada, com a cartilha pouco sabida, procurando ignorar o poder que exerceu e o modo como o fez. Mas nós, Marias e Josés, não nos podemos esquecer dos cavaquismos, dos fundos europeus e dos seus destinos, do país do betão em que as pessoas se tornaram meros “recursos” de uma economia com o rei na barriga.
A minha Caríssima Amiga Doutora Ana Benavente, também ela assina hoje, no Jornal PÚBLICO, uma notável reflexão sobre o momento que estamos a viver. Excelente. Fica aqui um excerto desse texto que ela me fez o favor de remeter.
"(...) Desde que esse trio nos dá ordens (trio que não foi democraticamente eleito, ou teremos votado nos FMI? Digam-me lá quando foi, que eu não me lembro) estamos mais bem informados sobre os desafios actuais da União Europeia? Das forças que se cruzam e confrontam, das decisões, das fraquezas, dos perigos? Dos projectos, dos acordos, das perspectivas esperançosas? Como estão a Grécia e a Irlanda, melhor com os antibióticos? Ou pior? Ou sem saídas à vista?
Os países são habitados por povos e os povos são pessoas e se algo aprendemos (ou não?) como século XX que há pouco deixámos foi que os grandes desastres negaram sempre os direitos individuais – e colectivos – em nome de uma “razão”, de uma “ordem”, de um “projecto”. Com excepção dos escritos de Rui Tavares, são escassos os deputados europeus que se preocupam em informar, debater, dialogar com quem os elegeu. E faz-nos muita falta, porque a Europa somos nós, mas não a vivemos como tal, sofremo-la, surpresos, e isso é uma perversão da democracia e da Europa dos cidadãos.
"(...) Desde que esse trio nos dá ordens (trio que não foi democraticamente eleito, ou teremos votado nos FMI? Digam-me lá quando foi, que eu não me lembro) estamos mais bem informados sobre os desafios actuais da União Europeia? Das forças que se cruzam e confrontam, das decisões, das fraquezas, dos perigos? Dos projectos, dos acordos, das perspectivas esperançosas? Como estão a Grécia e a Irlanda, melhor com os antibióticos? Ou pior? Ou sem saídas à vista?
Os países são habitados por povos e os povos são pessoas e se algo aprendemos (ou não?) como século XX que há pouco deixámos foi que os grandes desastres negaram sempre os direitos individuais – e colectivos – em nome de uma “razão”, de uma “ordem”, de um “projecto”. Com excepção dos escritos de Rui Tavares, são escassos os deputados europeus que se preocupam em informar, debater, dialogar com quem os elegeu. E faz-nos muita falta, porque a Europa somos nós, mas não a vivemos como tal, sofremo-la, surpresos, e isso é uma perversão da democracia e da Europa dos cidadãos.
E se ganhar a direita mais à direita? A do FMI ainda mais FMI do que o próprio FMI? Não é o povo que perde? A que já se deleita com as privatizações para as quais lhes abriram as portas? A direita que dispara em todas as direcções, sem pudor. A direita que se afirma como nova, desfasada, com a cartilha pouco sabida, procurando ignorar o poder que exerceu e o modo como o fez. Mas nós, Marias e Josés, não nos podemos esquecer dos cavaquismos, dos fundos europeus e dos seus destinos, do país do betão em que as pessoas se tornaram meros “recursos” de uma economia com o rei na barriga. Aliás, aí está o Senhor Presidente da República, moralista e pai castigador, a ralhar connosco, que trabalhamos mal e poupamos pouco. Nós, os mesmos que noutros países trabalhamos como os melhores. Nós, os bombos da festa deles. Nós que, nas palavras de hoje mesmo de Sua Excelência, “precisamos de alguma diversão para animar a malta”. Não nos insulte.
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário