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domingo, 1 de maio de 2011

O QUE TEM O GOVERNO A VER COM O DIA DO TRABALHADOR?


Os senhores que dominam o conhecimento, que sabem esperar, que conduzem os processos com meticulosa inteligência, dominam as peças do xadrez e, sem escrúpulos, seguem, pacientemente, passo a passo, de decisão em decisão, o seu venturoso e ganancioso caminho à custa dos mais humildes, daqueles que apenas trabalham de forma honesta e distante dos movimentos especulativos (...). Portanto, uma vez mais, o que tem a ver o governo regional com este Dia?

 

A pergunta parece-me óbvia: o que tem a ver o governo regional, concretamente, a Secretaria dos Recursos Humanos, ainda mais concretamente, o Dr. Brazão de Castro, com as comemorações do DIA DO TRABALHADOR. Do meu ponto de vista NADA!
Este é um Dia para comemorar a luta dos trabalhadores, iniciada em Chicago, em 1886, quando 500 mil trabalhadores saíram às ruas, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas. Diz-nos a História que a polícia reprimiu a manifestação, matando dezenas de operários. Quatro dias depois, os trabalhadores voltaram à rua e foram novamente reprimidos com oito líderes presos, quatro trabalhadores executados e três condenados a prisão perpétua. E continuo a perguntar, o que tem o governo regional a ver com o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, que decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta? Rigorosamente NADA!
A luta dos trabalhadores é muito mais do que umas flores no monumento, uma banda de música, uma corridinha no centro do Funchal e a contratação de uns "artistas" para alegrarem uma festa "oficial" no Montado do Pereiro. O Governo não tem nada a ver com isto. Quem tem de organizar e de se manifestar são os trabalhadores através dos seus sindicatos. Mais nada. Tudo o resto é ridículo e constitui um aproveitamento político e um claro desvirtuamento da História.
Depois, cada vez mais sentido faz a comemoração do 1º de Maio. As ondas liberais, estas marés desumanas que afogam direitos e matam expectativas de vida, esta sistemática turbulência social que constitui um mundo de enganos, gerada de forma engenhosa e calculista, no sentido de fazer crer a bondade das iniciativas, na prática, apenas têm conduzido ao desemprego, à pobreza e à exclusão social.
Ainda o ano passado aqui escrevi: (...) na voragem das palavras e do metralhar sistemático das mensagens, infelizmente, nem os trabalhadores se dão conta dos ínvios caminhos que os convidam a trilhar. Aplaudem, até. Os senhores que dominam o conhecimento, que sabem esperar, que conduzem os processos com meticulosa inteligência, dominam as peças do xadrez e, sem escrúpulos, seguem, pacientemente, passo a passo, de decisão em decisão, o seu venturoso e ganancioso caminho à custa dos mais humildes, daqueles que apenas trabalham de forma honesta e distante dos movimentos especulativos. Portanto, uma vez mais, o que tem a ver o governo com este Dia? Amolecer, ainda mais, as pessoas? Se não podem fazer o discurso da verdade e da esperança, remetam-se ao silêncio. É o melhor que poderiam fazer. Porque o 1º de Maio é uma data para ser lembrada pelos trabalhadores. É de luto e de luta! Não é uma data para ser, hipocritamente, liderada pelo governo com festas e festarolas sem qualquer sentido, quando na consciência deste governo regional pesam 20.000 desempregados e pobreza aos molhos!
Ilustração: Google Imagens.

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