Estamos em presença, como diz o povo, de um homem (político) que "mente quantos dentes tem na boca", não assume os seus erros de governação, esconde e deturpa a realidade, atira para longe os problemas que lhe compete resolver, ignora o desemprego, não diz uma palavra sobre o estado da economia regional, mas tem a lata de falar do País quando aqui tem um exemplo que o deveria manter caladinho.
É só garganta! |
Quase todos os dias o presidente do governo regional da Madeira levanta a voz contra o Continente. Contra o governo da República, melhor dizendo. Tenho presente todas as posições que assumiu contra a ajuda financeira a Portugal, no pressuposto que a governação do País está sob "tutela estrangeira" (o artigo de opinião publicado hoje no JM é a prova do exercício da mentira ao serviço do poder). Mas este mesmo senhor que fala como se as pessoas tivessem memória curta, já teve de assinar, com a República, por duas vezes, em 1986 e 1989, dois instrumentos orientadores em função do desastre das contas públicas regionais: o "Programa de Reequilíbrio Financeiro" e o "Programa de Recuperação Financeira da Região Autónoma da Madeira". Assinou-os quando Cavaco Silva era Primeiro-Ministro e Miguel Cadilhe o seu Ministro das Finanças. E porquê? Repito, porque as contas públicas regionais encontravam-se em estado lastimável. Quando o Engº António Guterres ganhou as eleições de 1995, passado algum tempo, lá veio o socorro de 110 milhões de contos para abafar o descontrolo que por aí andava. Para além de ter sido "obrigado" a comprometer-se com exigentes regras, não esqueço, por exemplo, que mesmo cá dentro, pelas loucuras operacionalizadas através das autarquias, com o seu aval, claro, o ainda presidente do governo regional, impôs um "Protocolo de Reequilíbrio Financeiro" que bloqueou a maioria das autarquias da Região. Ninguém se esquece desse tempo. E não me esqueço da visita do Professor Cavaco a S. Vicente, uma das autarquias endividadas, onde disse ao presidente da Câmara que "deveria estar preso". Se não foi esta a expressão o sentido foi aquele.
Mas é este mesmo político que preside há 33 anos ao governo da Madeira e que tem, a este nível, um passado negro no controlo da despesa pública, que se dá ao desplante de falar do governo da República. Fala mesmo sabendo dos seus enormes telhados de vidro. E mais ainda, quando, hoje, a situação na Madeira é tão grave que ele próprio denuncia não saber como resolvê-la. São "paletes" de facturas por pagar, compromissos assumidos e não pagos que estão a colocar pequenas e grandes empresas completamente descapitalizadas e obrigadas a despedirem colaboradores. A edição de hoje do DN (página 20) refere que o Millennium BCP denunciou o protocolo com o IASaúde dado os incumprimentos do governo regional. Escreve o DN: "a instituição financeira decidiu que não vai adiantar nem mais um tostão para pagar facturas às empresas privadas (...)".
Estou em presença, como diz o povo, de um homem (político) que "mente quantos dentes tem na boca", não assume os seus erros de governação, esconde e deturpa a realidade, atira para longe os problemas que lhe compete resolver, ignora o desemprego, não diz uma palavra sobre o estado da economia regional, mas tem a lata de falar do País quando aqui tem um exemplo que o deveria manter caladinho.
O problema é que vale tudo nesta terra, onde prolifera a memória curta de muito boa gente.
Ilustração: Google Imagens.
Estou em presença, como diz o povo, de um homem (político) que "mente quantos dentes tem na boca", não assume os seus erros de governação, esconde e deturpa a realidade, atira para longe os problemas que lhe compete resolver, ignora o desemprego, não diz uma palavra sobre o estado da economia regional, mas tem a lata de falar do País quando aqui tem um exemplo que o deveria manter caladinho.
O problema é que vale tudo nesta terra, onde prolifera a memória curta de muito boa gente.
Ilustração: Google Imagens.
2 comentários:
talvez o dr p barreto, juiz de direito auxiliar na Relação, quase desembargador, o ponha na ordem... quem sabe?
Obrigado pelo seu comentário.
Oxalá.
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